Essência budista e cristã da Gnose

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Espero que todos coloquem o máximo de atenção nesta palestra. Chegou a hora de compreendermos realmente o Caminho esotérico, não é demais dizer que estamos buscando, na verdade, nos converter em verdadeiros Seres Autorrealizados e Perfeitos.

Soará um pouco exagerado o que estou dizendo aqui nesta sala, mas não vejo outro objetivo básico para as nossas reuniões que não o de estudar o Caminho esotérico, e isso é fundamental. Vários Mensageiros trouxeram as suas mensagens à humanidade, no passado.

Quando a humanidade não tinha desenvolvido em sua natureza interior o Abominável Órgão Kundartiguador, a vida era muito diferente, a Essência não estava presa no Ego, não existia o Ego. Os distintos centros da máquina orgânica eram verdadeiras caixas de ressonâncias onde vibravam as harmonias do Universo.

Era a Idade de Ouro, não existia nem “o meu” nem “o teu”, tudo era de todos e cada qual podia comer da árvore do vizinho sem temor algum. Aquele que sabia tocar a lira estremecia a Natureza com suas notas…

jesus-buda4-gnosisonlineNaquela Idade antiga, que alguns a chamam de Arcádia, rendia-se culto aos Filhos da Manhã, aos Filhos da Aurora do Mahavântara, e a lira de Orfeu não tinha caído sobre o pavimento do Templo e feita em pedaços. A Natureza se parecia com um organismo que servia de veículo aos Deuses.

O fogo dos vulcões e as tormentas dos oceanos que lançavam suas ondas às praias, o canto dos rios em seus leitos de rocha, o voo das aves gigantescas que existiam, naquela época se sentia o fundo do Ser na sua forma mais profunda. Falava-se unicamente a Língua de Ouro, não haviam surgido tantos idiomas, os idiomas da Torre de Babel…

A Essência, naquela época, não estava presa no Ego, e para que tal acontecesse, foi necessário que surgisse na anatomia humana o Abominável Órgão Kundartiguador. Naquela época lemúrica, a Terra tremia incessantemente, não havia estabilidade nas crostas geológica da Terra, e é por isso que os Reitores da Humanidade tiveram de tomar medidas para resolver o problema. Sabiam eles que o organismo humano é uma máquina que assimila determinados tipos de energia, e que logo as transformam e as retransmite às capas profundas do organismo planetário.

Por isso, fizeram uma alteração no nosso corpo orgânico. O propósito? Modificar essas forças, que de certa forma permitiriam a estabilidade geológica da Terra; fizeram com que o Abominável Órgão Kundartiguador, mediante certos estímulos, se desenvolvesse no ser humano.

Sem dúvida, se não houvesse abusos sexuais (simbolizados pela lenda de Adão e Eva no Paraíso Terreno), não teria desenvolvido o Abominável Órgão Kundartiguador; os abusos sexuais permitiram que tal órgão se desenvolvesse. Agora, em nome da verdade, falando judiciosamente ante vocês que estão dedicados aos Estudos Esotéricos, devo ser franco e dizer o que tenho vivido e o que tenho experimentado…

Naquela idade, eu tive corpo físico e fui um lemuriano como qualquer outro, e ainda recordo que as distintas tribos que viviam em enormes choças, com seus tetos que caíam até o chão e tinham apenas uma porta por onde se podia entrar. Havia também cidades rodeadas de muros, lá viviam as pessoas cultas, mas nos campos viviam, como sempre, pessoas que não eram dedicadas às letras.

A vida era muito interessante, ali também existiam sacerdotes e guerreiros ao mesmo tempo. Eu conheci Javé, o Gênio do Mal, o “Anjo Caído”, como diz Saturnino de Antioquia. Ele teve corpo físico, era um Mestre dos antigos Mahavântaras, como sacerdote oficiava e todo mundo o venerava.

E como guerreiro era magnífico, usava sempre uma espada de ouro, com o seu escudo, elmo e sua malha… toda a sua indumentária era de ouro. Sabia-se que era um Anjo e o veneravam. Desgraçadamente, foi um dos primeiros que traíram o Santuário de Vulcano. Os traidores do Santuário de Vulcano ensinaram-lhe o Tantrismo Negro, ou seja, os rituais sexuais, nos quais o Iniciado comete o crime de derramar o Vaso de Hermes Trismegisto (falo na linguagem esotérica que vocês entendem, pois não sou muito partidário de usar a vulgaridade para as questões relacionadas com o sexo, porque o sexo é sagrado).

Javé entusiasmou-se com o Tantrismo Negro e tratou de convencer a sua esposa de que o sistema do Tantrismo Negro (Magia Sexual com ejaculação do Ens Seminis) era o mais indicado para a Liberação. Sua esposa não aceitou, ela era também um Elohim encarnado e preferiu separar-se dele por não concordar com o Tantrismo Negro.

Bem, como consequência, Javé desenvolveu o Abominável Órgão Kundartiguador e através dos tempos, dos séculos, ele se converteu num demônio terrivelmente perverso; ele é o Chefe Supremo da Loja Negra.jesus-buda5-gnosisonline

Naquela antiga idade, depois da divisão dos sexos, as tribos se reuniam em templos especiais, sob a direção dos Kumaras, para poderem procriar. Mas o ato sexual era um Sacramento, ninguém se atrevia a realizar a cópula alquímica fora do templo. O Rei e a Rainha realizavam aquelas funções ante a Ara Sacra.

Vivendo naquele continente, fui testemunha de todas essas coisas, eu era membro de uma tribo, dormíamos numa grande choça com todos os irmãos do mesmo clã. Perto de nós existiam quartéis, pessoas dedicadas à preparação para ir à guerra, as cidades ficavam muito longe.

Assistíamos sempre, no templo, os Ritos e íamos lá receber as instruções esotéricas dos Hierofantes, mas no ambiente se sobrecarregava, de instante a instante, do Poder Luciferino, e, por fim, todas as pessoas da minha tribo começaram a realizar a cópula fora do templo…

A reprodução realizava-se através do Kriya-Shakty, ou seja, através do poder do Yôga e da Vontade, não se cometia o crime de derramar o Vaso de Hermes Trismegisto. Um simples espermatozoide escapava das gônadas e fecundava uma matriz, sem a necessidade de cometer o delito de derramar o Vaso de Hermes. Ainda recordo de uma manhã na qual todos nos apresentamos no Templo depois de haver fornicado. Das profundezas do Santuário, um Hierofante, com a sua espada empunhada, veio por cima de nós e disse: “Fora, indignos”, e todos nós saímos correndo. Esse mesmo fato aconteceu por todos os rincões desse gigantesco continente que se chamava Lemúria.

É claro que tal evento antropológico pertence mais à Antropogênese, que se vê descrito nas mais distintas escrituras religiosas do mundo na sua forma simbólica (essa é a saída de Adão e Eva do Paraíso). Quando se estabilizou a crosta geológica da Terra, aquele Abominável Órgão Kundartiguador estava cristalizado fisicamente, não é exagerado afirmar, de forma enfática, que naquela antiga idade os seres humanos chegaram a ter rabos como os dos macacos.

As forças cósmicas ou planetárias ao passarem pelos organismos lunares estabilizaram as crostas geológicas do mundo. Quando isso aconteceu, os Reitores da Humanidade resolveram eliminar da raça humana o Abominável Órgão Kundartiguador, mas houve erros de cálculos matemáticos e demoraram mais do que se necessitava, e o resultado foi prejudicial, caímos desafortunadamente. Nos cinco cilindros da máquina orgânica (Intelectual, Emocional, Motor, Instinto e Sexo), as consequências do Abominável Órgão foram o nascimento e a pluralização do Eu ou Ego, o mim mesmo, o si mesmo.

Se não tivesse havido esse equívoco de alguns indivíduos sagrados, não teríamos hoje em dia esse Ego. Muito mais tarde, alguns mensageiros vieram dos Mundos Superiores (Avatares, que significa mensageiro) e todos eles se pronunciaram contra o Abominável Órgão, contra as más consequências do mesmo, mas foi inútil.

No continente asiático, o amadíssimo Ashiata Shiemash trabalhou intensamente contra isso, mas foi inútil. Assim também, o Buda Gautama Sakyamuni trouxe o ensinamento à Índia, mas através dos séculos o ensinamento original se perdeu, hoje é muito pouco o que resta da autêntica Sabedoria de Nosso Senhor o Buda.

E Jeshuá ben Pandirah, Jesus de Nazaré, o Cristo, pronunciou-se contra o Abominável Órgão, através dos quatros Evangelhos, que são quatro textos de Alquimia e de Cabala e quem os compreender pode realizar, na verdade, toda a Grande Obra.

É um erro as pessoas modernas acreditarem que o Cristo era aquele grande mestre, Jesus ben Pandirah. O Cristo é uma Força Cósmica, é o Segundo Logos, a Unidade Múltipla Perfeita, é uma força como a eletricidade, como a da gravidade universal, como o fogo, a água, o ar etc. Essa força expressa-se através de qualquer homem e mulher.

Cristo expressou-se através do grande Cabir Jesus, assim como também se expressou através do Nosso Senhor Quetzalcoatl, como também resplandeceu através do rosto de Moisés, no Monte Nebo, e na Índia com o nome de Krishna. Lembrando que o Cristo Cósmico, onde quer que haja um homem que esteja preparado, Ele ali se expressa. O Cristo não é um indivíduo, não é uma pessoa, não é um Eu. Cristo é uma Força Cósmica que está latente em todo átomo do Universo, é o Fogo Universal da Vida, é o Fogo.

Estive na aurora do Mahavântara e fui testemunha do amanhecer da vida, quando o Exército da Palavra começou a fecundar a matéria caótica para que surgisse a vida. Vi o Grande Cristo Cósmico assumir figura humana, vi-O entrar no Templo, firmar um pacto e crucificar-se em sua Cruz, para salvar os Homens e os Deuses…

O Cristo é o Fogo Universal da Vida, muito se poderia dizer sobre o Cristo e eu lhes direi o seguinte: Cristo se define com quatro letras que estão sobre a cruz do mártir do Calvário, INRI (Ignis Natura Renovatur Integram, o Fogo Renova Incessantemente a Natureza).

O Fogo está crucificado aqui na Terra. Se golpearmos uma pedra contra outra, sai fogo. De onde saiu essa chama? Na mesma água se esconde o Fogo Líquido, na pedra é o Fogo Pétreo, dentro do ar é o Fogo Gasoso, assim o Fogo está em tudo o que é, o que foi e o que será. O Fogo não tem princípio ou fim.

Se acendermos um fósforo, veremos com assombro que a chama brota, se dirá que “a chama é o produto da combustão”, mas tal conceito é falso, nós afirmamos que a combustão existe devido ao Fogo e que não poderia ter combustão sem haver o Fogo. O Fogo estava ali encerrado, dentro da matéria do fósforo, com o atrito o que se consegue liberar é a chama para que ela se acenda plenamente. O fogo faz com que a mão possa se mover para acender o fósforo. Sem o Fogo, sem a vida, a mão não se move; o Fogo está latente ali, na mão, porque do nada, nada sai.

O Fogo conserva os seus processos em todos os organismos existentes, em todas as espécies humanas, animais e minerais e em tudo o que é, tudo que tem sido e tudo o que será.

O Fogo, em si mesmo, é sagrado! Quem conhece a natureza do Fogo? A vida existe através do Fogo, mas a essência é o Fogo Vivo. Quando o Fogo vem à existência, a criatura se forma e nasce, e quando o Fogo abandona o corpo físico, ocorre a morte. Assim é que viemos ao mundo através do Fogo e nos vamos quando Ele abandona o corpo.

Agora, para nós, gnósticos, o que nos interessa não é o fogo físico, mas o Fogo do Fogo, a Chama da Chama, a Assinatura Astral do Fogo. Esta em si mesma é o Cristo Íntimo, e só Ele pode nos salvar, destruindo os elementos indesejáveis que levamos em nosso interior.

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Cristo e Buda

Agora vejam vocês como o Cristo e o Buda se complementam dentro de nós. Há algumas pessoas que acreditam que o Buda Sakyamuni é mais elevado que Jesus de Nazaré, o Cristo, e outros dizem que o Cristo é superior ao Buda, e cada qual é livre para pensar como quiser.

Atman-Budhi é o Buda Íntimo, assim está escrito nos livros sânscritos, agora sabemos que o Cristo é o Segundo Logos; o primeiro Logos é o Pai, Brahma; o segundo o seu Filho, Vishnu; e o terceiro é Shiva, o Espírito Santo. De maneira que o Cristo Íntimo está dentro da escala do Ser, e dentro dos Níveis do nosso Ser Superlativo e Transcendental, muito mais além do Buda, mas ambos se complementam.

Quando o Logos Solar quer vir dentro do corpo de um Homem, é claro que deve descer da sua elevada Esfera e penetrar no ventre materno da Divina Mãe Kundalini, e, no final, dela nasce o Logos já humanizado. Vive como homem entre os homens, ainda que os homens não o conheçam, havendo vencido, tem de voltar a vencer, também deve viver no coração do Homem todo o Drama Cósmico que está escrito nos quatro Evangelhos.

Os três traidores o levam à morte, as multidões de Eus que levamos em nosso interior são os que gritam: “Crucifica, crucifica, crucifica!” Judas, o Demônio do Desejo, que troca o Cristo Íntimo pelos prazeres do mundo (as famosas 30 moedas de prata); Pilatos, o Demônio da Mente que a toda hora vive lavando as mãos, que nunca tem culpa de nada, sempre encontrando evasivas e justificativas, o trai, e fazem açoitá-lo em pleno Concílio, colocando coroa de espinhos na sua fronte, flagelando-o com mais de 5 mil chicotadas. Caifás, o Demônio da Má Vontade, que vende os Sacramentos, prostitui o Altar, fornica com as devotas etc., também trai o Cristo Íntimo.

Tudo isso acontece nos Mundos Internos de qualquer homem que está devidamente preparado. Depois, desce ao Sepulcro, com sua morte mata a morte, e ressuscita em nós e nos faz imortais. Convertemo-nos de fato em Mestres Glorificados, como um Morya ou um Kout-Humi, ou um Serápis, Hermes Trismegisto ou Jesus Cristo.

Assim é a crua realidade dos fatos que o Senhor é um fator interior profundo em cada um de nós, como é o Buda. Se Gautama trouxe a mensagem do Buda, o Buda Íntimo, o Grande Cabir Jesus trouxe a mensagem do Cristo Cósmico e ambos se complementam.

Vale a pena nos aprofundarmos sobre isso, em todas as questões. Existem duas classes de Budas, os Transitórios e os Permanentes, o transitório é o que não conseguiu encarnar em si mesmo o Cristo Íntimo.

Buda Maitreya é aquele que conseguiu encarnar em si mesmo o Cristo Íntimo, Buda Maitreya não é uma pessoa, é um título, é um grau esotérico e indica um Buda que se cristificou…

Há muito tempo, quando eu vivi na China, durante a segunda Sub-Raça da Raça Ária, chamava-me Chou-Li e ingressei na Ordem do Dragão Amarelo, onde aprendi os Sete Segredos, as Sete Joias do Grande Dragão.

Dedicávamo-nos à meditação de fundo, um irmão fazia vibrar um aparelho musical que tinha 49 notas, esse aparelho produzia o som Nirioonossiano do Universo.

Quando vibrava a primeira nota, mantínhamos a mente quieta e em silêncio; quando dava a segunda nota, passávamos ao segundo nível do subconsciente; quando soava a terceira nota, nos aprofundávamos um pouco mais, nos dirigíamos à terceira zona do subconsciente, para brigar com os Eus, obrigá-los a guardar silêncio.

Assim, a cada nota do aparelho misterioso chamado Aya-Atapan, nos aprofundávamos em cada um dos 49 níveis do subconsciente, guerreando contra os diversos agregados psíquicos inumanos que levamos em nosso interior.

Em conclusão, quando chegava a nota 49ª e se havíamos trabalhado corretamente, conseguíamos uma quietude absoluta da mente, nos seus 49 níveis do subconsciente. Então, a essência ou Budata, escapava do Ego para se precipitar no Vazio Iluminador, experimentando, desta forma o Real…

Meu amigo Li-Chang se distinguiu naquela Ciência da Meditação Profunda, ele não mais vive na face da Terra, mora num planeta do Cristo, muito longe desta galáxia. Ele está ali dentro do corpo astral, e é feliz. Assim, Li-Chang alcançou o TAO, mas o que é o TAO? Ele é o Ser, é o INRI, é o Cristo Íntimo.

No esoterismo budista zen não se usa a dialética racional, usa-se a da Consciência, que é diferente. Por exemplo, um monge dirige-se ao Mestre e pergunta: “Por que Bodhidarma vem do Ocidente?” Responde o mestre: “O cipreste está no centro do jardim”. A resposta não coincidirá com a pergunta, diríamos nós, acostumados com a Dialética Racional, mas tal resposta corresponde à Dialética da Consciência. A Árvore da Vida está dentro de nós mesmos, aqui e agora, não importa de onde tenha vindo; a Verdade está em todas as partes…

Em outra ocasião o Abade, Mestre de um Monastério, disse aos discípulos: “Pergunta o queres perguntar”. “Quero perguntar algo.” Mas antes de perguntar, o Mestre lhe dá um golpe com o seu cajado na boca, pois a pergunta que ia fazer não estava correta…

Um dia chega um Mestre e se apresenta na sala de meditação, os discípulos se ajoelham ante ele, e lhe rendem honra e culto, e o Mestre diz: “Por que é tão tarde tudo isso?” Um discípulo fala uma bobagem sem fundamento e o Mestre o expulsa: “Tonto, néscio, fora daqui, não serve!” Aqui, se lhes disse uma palavrinha dura aos irmãos que reagem terrivelmente “Isso não tem sentido”… Mas terão de aprender o que é a Disciplina Esotérica.

No Zen, isso é uma Cruz, mas a dialética que existe no Zen vai ao fundo, vai ao Buda Íntimo de cada um. Por exemplo, um estudante ansioso para saber algo, ansioso para chegar ao Satori, de chegar ao Vazio Iluminador, fala ao Mestre dentro do Templo: “Mestre, o que é o Vazio Iluminador?” A resposta foi que o Mestre lhe deu um forte chute no estômago, nada mais. O pobre homem caiu ao chão e ali, privado de ar, experimentou o Vazio Iluminador. Quando se levantou, em vez de estar perdendo tempo raciocinando, abraçou o Mestre e lhe disse, cheio de alegria: “Finalmente experimentei o Vazio Iluminador!”

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Por sorte, o Mestre precisou dar uma bofetada para completar a tarefa, porque quando se obtém o Satori, o discípulo se apresenta cheio de alegria radiante, e o Mestre o tira desse estado, chamado de Enfermidade do Satori, com uma bofetada.

Observem vocês que o Budismo Zen vai diretamente à Essência, à Consciência, ao Budata Interior. Como poderei explicar-lhes esta questão da Dialética da Consciência, de que forma?

Bem, observe um pintainho quando está dentro da casca do ovo, pronto para sair. Normalmente a galinha, quando sente que o pintainho começa a picar a casca, o ajuda; dá umas picadas na casca e ajuda o pintainho que quer sair. Assim também o é quando o discípulo está maduro para o Satori, o Mestre o ajuda, ainda que seja com uma bofetada, parece muito duro, mas constitui-se na realidade do Zen, como aquele pintainho que está para sair da casca.

Essa é a linguagem búdica do Zen e do Chang, que vai direto à Consciência, e isso é transcendental, é uma dialética, não a formal, não a livre, não é esse tipo de dialética, é a Dialética da Consciência.

Nós temos de aprender a olhar dentro de nós mesmos, a aprender a ver a nossa Natureza Interior, pois quando conseguirmos esse objetivo, então nos converteremos em Budas. Como aprender a ver dentro da nossa Natureza Interior, de que maneira podemos fazer isso? Primeiro temos de desenvolver a capacidade da auto-observação psicológica. Como lhes disse a noite passada, à medida que se vai auto-observando psicologicamente, vão-se vendo seus Eus, seus agregados psíquicos inumanos e vão-se eliminando, desintegrando e pulverizando-os com a ajuda de Devi Kundalini, porque sem a Serpente Ígnea dos nossos mágicos poderes não é possível desintegrar os Eus.

Numa outra ocasião um Mestre Zen havia sido convidado para que desse um sermão num pagode budista. Todos os monges o aguardavam e finalmente chegou o Mestre, olhou para todos, deu uma espiada, e se retirou. Um monge que estava mais interessado na prática e que havia feito o convite a toda a irmandade foi atrás do Mestre para reclamar. O Mestre respondeu: “Um entendido em Sastra, pode ensinar-lhe Sastras ou em qualquer outra escritura religiosa, pode lhes ensinar. Eu sou um Mestre Zen…” Essa foi sua única resposta, ele havia dito tudo, é uma linguagem que vocês não entendem, pois estão acostumados com a Lógica Formal ou a Lógica Dialética, mas essa é uma linguagem diferente. O que queria dizer esse Mestre? O que foi que ele lhes disse? “Senhores, aprendam a escutar a si mesmos, busquem o Íntimo, busquem o Si Mesmo, pois dentro de vocês está tudo.” Isso foi o que o mestre zen quis dizer.

Estou lhes dando essa explicação aqui, porque estão acostumados com a Lógica Formal. É necessário que se aprenda a Dialética da Consciência… Falando assim, dessa forma, vemos que não é possível chegar ao grau de Buda se não tivermos eliminado os elementos indesejáveis. O Buda Transitório ainda está na luta, não tem dissolvido o Ego, é um Buda com resíduos do Ego. O Buda Permanente é aquele que já se cristificou.

Cristo e Buda São Partes do Nosso Ser

Assim, pois, Buda e Cristo estão intimamente relacionados, são dois fatores dentro de nós mesmos. Num futuro a religião da humanidade estará misturada com o melhor do esoterismo budista com o esoterismo cristão. Como poderia existir um Buda se antes não criou os Corpos existenciais Superiores do Ser? E para criá-los há de ser Alquimista. É inconcebível que um Buda que não possua os Corpos Existenciais Superiores do Ser.

Mas, como se cria esses corpos, de que maneira? Convém que todos vocês coloquem a devida atenção nesta noite, porque este ensinamento é precioso, necessitamos conhecer os Mistérios da Grande Obra, como preparar o Mercúrio da filosofia secreta, e isso é impostergável. O que é o Mercúrio? Vocês sabem? Por que se diz que o Iniciado tem de colocar as Botas de Mercúrio? Eu vos direi que o Mercúrio é a Alma Metálica do Esperma. O Mercúrio, em si mesmo, é sagrado! Mas como se elabora o Mercúrio?

Bem, todos os alquimistas medievais se calaram, esse era um segredo indecifrável. É urgente elaborá-lo? Sim! E eu vos darei a chave, a Chave do Arcano: Obviamente, a chave está no Arcano AZF, é aí que está a chave, nestas três letras… O “A” (Aqua) refere-se à Água Metálica, o número radical metálico, o “Exiohehari”, ou seja, as secreções glandulares sexuais, o Esperma Sagrado. O “F” é o Fogo (Fohat), porque sem o fogo não é possível elaborar o “A”, a Água Pura da Vida, o Mercúrio da Grande Obra. A Água em si mesma é o mercúrio que temos de aprender a sublimar, mas é preciso conhecer esse segredo, para saber como se fabricam os Corpos Existências Superiores do Ser.

Sem dúvida, o segredo está num artifício que é muito sensível, muito simples, mas grandioso. O segredo vivo para a preparação do Mercúrio é chamado de Secretum Secretorum, há necessidade da conexão do Lingam-Yoni durante o Matrimônio Perfeito, e jamais na vida se deve derramar o Vaso de Hermes Trismegisto. Evitando o orgasmo fisiológico, o corpo humano consegue fabricar o Mercúrio, a Alma Metálica desse esperma.

jesus-buda2-gnosisonlineExistem três Mercúrios, que vou lhes anunciar, chamaríamos o primeiro de Azougue em Bruto do Esperma, o segundo é propriamente a Alma Metálica do Esperma, e finalmente, o terceiro é o Mercúrio mais o Enxofre. O Mercúrio é a Alma Metálica do esperma, o Enxofre é o Fogo Sagrado. Se juntarmos Mercúrio e Enxofre, faltaria algo mais, necessita-se acrescentar o Sal, que deve ser sublimado através de todas as operações tântricas do laboratório.

É necessário que estudemos um pouco essa questão, sem dúvida, a transmutação do Esperma Sagrado em Energia Criadora se dá através do par de cordões simpáticos que existem na nossa anatomia orgânica, até o cérebro. As correntes energéticas sexuais hão de subir por esses cordões ganglionares até a massa cerebral. Esse é o Mercúrio, mas sabemos que as Correntes Energéticas Sexuais devem se polarizar em positivas e negativas, solares e lunares. Estando polarizadas, fazem contato com o Tribeni, no cóccix, aparecendo assim o Fogo Sagrado, que sobe pela espinha dorsal em forma de enxofre.

Esse Fogo, unido com as correntes solares e lunares do Mercúrio, ascende pela coluna vertebral, dentro de um canal, até o cérebro, abrindo um por um, conforme vai subindo, os centros espirituais, ou seja, os chakras.

O excedente desse terceiro Mercúrio vem a cristalizar os Corpos Existenciais Superiores do Ser e assim nos converteremos em Budas…

Mas vamos nos concentrar agora nesse terceiro Mercúrio, pois nele existem o Enxofre e o Sal. O que é uma Nebulosa no espaço infinito? Uma mistura de Sal, Enxofre e Mercúrio. Qualquer metal da Terra se o dissolvermos acabara reduzido ao Sal, Enxofre e Mercúrio. Tudo o que existe na Criação se deve ao Sal, Enxofre e Mercúrio, isso é claro. Assim, pois uma Nebulosa tem Sal, Enxofre e Mercúrio, é o Arché dos gregos, daí saem os mundos que logo rodam sobre os seus próprios centros gravitacionais.

Se lá em cima, no espaço estrelado, necessita-se uma Arché, ou “nebulosa”, para que dali nasçam os mundos das existências, aqui embaixo é o mesmo, necessita-se criar (dentro do próprio organismo) uma Arché, uma Nebulosa muito especial, com o Sal, Enxofre e Mercúrio.

Essas substâncias saem das nossas glândulas endócrinas sexuais, a fim de que esse Arché, daqui debaixo, o microcosmo-homem, nasçam os Corpos Existenciais Superiores do Ser.

Normalmente, as notas musicais Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si vibram sexualmente, mas se as passarmos a uma oitava superior, o Arché vem se cristalizar no corpo astral. E numa oitava superior há mais, o Arché cristaliza-se no corpo mental, e depois numa oitava acima, o corpo da vontade consciente. É assim, repito, como nós nos converteremos em Budas.

Bem, até aqui a minha palestra desta noite…

(Samael Aun Weor, conferência A Essência Cristã e Budista da Gnose)

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3 COMENTÁRIOS

  1. A uma realidade em que somente conceguimos vivenciar quando encarnamos alguns principio de nosso ser ou nosso deus os estado de supra cosciencia nos leva a reconhecer uma realidade alem dos cinco sentidos fisico o samadhi o extase da suprema liberdade da materia nos leva expertetar pou um instante a veradade.

  2. So seremos imitadores do grande mestre existencial quando tivermos a capacidade de unir a sabedoria da essencia budista com a verdadseira essencia crista, e isso esta em conhecer a si mesmo suas forças,fraquezas,chegar ao seu limite de superaçao normalmente isso ocorre quando seu corpo fisico se purifica bravamente pois assim seu ego cai absolutamente por terra e ai surgem novas iluminaçao e disso que precisamos que nasçam verdadeiros mestres budas e cristao dessa alquimia perfeita dos corpos para que possa ser reconhecida a verdadeira essencia e possam interagir com o mundo cosmico e a terra.

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