Lugar de Julgamento e de Comunicação com o Divino
- Entre os totonacas, os 42 tronos de El Tajín eram dispostos como cadeiras cerimoniais onde sacerdotes, xamãs e governantes sentavam-se em nome dos deuses, recebendo inspiração ou servindo como canais da vontade divina.
- No Egito Antigo, diante de Osíris e de Anúbis, a alma comparecia perante 42 juízes divinos que interrogavam sobre seus atos, cada um especializado em uma lei moral ou cósmica (“não matei”, “não roubei”, “não blasfemei”, etc.).
- O Número 42 como Síntese Cósmica
- Nos totonacas, o número possivelmente remetia a ciclos calendáricos e astrais, expressando a harmonia entre o humano e o cósmico.
- No Egito, o 42 está ligado ao Ma’at, a ordem universal da verdade e da justiça, cuja observância sustentava o equilíbrio entre deuses, homens e o além.
- Tronos e Julgamento Interior
- Nos tronos de El Tajín, o governante-sacerdote não falava por si, mas se tornava um canal de forças divinas. Isso sugere que cada assento simbolizava uma virtude, uma energia ou uma lei espiritual a ser manifestada.
- Nos 42 deuses egípcios, cada divindade exigia uma confissão negativa, ou seja, a alma deveria provar que não havia violado determinada lei da ordem cósmica.
🌌 Síntese Esotérica

Podemos compreender os 42 tronos totonacas como equivalentes mesoamericanos dos 42 juízes egípcios: ambos representam a multiplicidade de aspectos da Lei Divina.
- Sentar-se em um desses tronos é assumir temporariamente a voz de uma lei cósmica. Estar diante dos 42 juízes é ser examinado por cada uma dessas leis.
No fundo, ambos os sistemas nos lembram que a vida humana não é apenas terrena, mas constantemente observada, guiada e julgada por forças cósmicas invisíveis que garantem o equilíbrio entre a justiça, a ordem e o destino das almas.
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Vamos ler o que o Venerável Mestre Samael Aun Weor explica, à luz da Santa Gnose o que são esses 42 Tronos Totonacas (povos pré-colombianos):
“Vamos dialogar um pouco sobre todas estas questões antropológicas. Tenho falado sobre a questão do Fogo Novo e agora falaremos um pouco sobre a questão do círculo que vocês veem ali. É o Círculo dos Gladiadores, vale a pena que o estudemos de verdade. Tem 42 cadeiras ou figuras com formas de cadeiras, observem vocês que essas 42 cadeiras são os 42 Tronos para os 42 Juízes da Lei, os 42 Juízes do Karma.
Sabemos bem que toda a vida se processa de acordo com a Lei de Causa e Efeito, não existe causa sem efeito e nem efeito sem causa. É certo também que existem os 42 Juízes do Destino. Nos tempos antigos ninguém ignorava a questão dos 42 Juízes e agora vocês estão vendo as 42 cadeiras…
No Egito sagrado, milenar, fala-se também dos 42 Juízes do Karma que trabalham sob a direção de Anúbis, o Grande Juiz da Lei. Como poderia faltar aqui, na terra sagrada dos totonacas, o mesmo Círculo dos Gladiadores, as 42 cadeiras para os Senhores que governam as Leis de Causa e Efeito no nosso mundo? Seria impossível!

Quem se pronuncia contra esta tese vai ter de se lançar por terra na egiptologia, aí terá de atacar Anúbis e os seus 42 Juízes no Livro dos Mortos no Egito milenar; vai ter de desbaratar, por si mesmo, todas as velhas teogonias dos antigos tempos. Mas a realidade é que aqui estão as 42 cadeiras, e isso é profundamente significativo.
Tem-nos sido dito que neste lugar colocavam um escravo com um anel de pedra no pescoço, e colocavam-no contras os guerreiros armados e sem anéis; um pobre escravo com um anel de pedra no pescoço contra um guerreiro muito bem armado. Isso é simbólico cem por cento, indica que aqui há três forças: a Positiva, a Negativa e a Neutra.
A Positiva, inquestionavelmente, é a força masculina; a Negativa é a força feminina, e a Neutra é a que une ambas. De maneira que, como Conciliador, esse escravo tinha de se entender com as forças Positiva e Negativa da Criação. Onde houve uma criação existem três forças: positiva, negativa e neutra. Sem essas três forças não pode haver criação, mas quando elas coincidem num ponto qualquer, realiza-se uma criação.
Tinha de se representar de alguma forma essa questão, ainda que fosse através dos Gladiadores, ainda que fosse pelo pobre escravo, ali servindo de força neutra e com um anel de pedra no seu pescoço, lutando contra dois Guerreiros armados até os dentes.
Sabemos que a Força Neutra Concilia os dois opostos. O homem que aprende a manejar a terceira força domina o mundo. Aqueles que trabalham de forma unilateral, que carregam só o prato direito da balança ou só o prato esquerdo, são vítimas das circunstâncias. Mas quem se coloca precisamente no centro da balança domina o Universo. As três forças tinham de se manifestar aqui, aqui mesmo no Círculo da Justiça, como que querendo dizer que tudo se processa de acorde com a Lei, de acordo com as leis de Causa e Efeito.
À esquerda temos o Templo das Chaminés, ali os Sacerdotes se colocavam para observar os sacrifícios. Estamos parados aqui sobre a Pedra do Sacrifício…

Alguns espanhóis horrorizados diziam que nós queimávamos pessoas vivas, matávamos pessoas aos montões, nós não somos os inquisidores nem nada igual. Existia, sim, a pena de morte, desgraçadamente, mas somente era aplicada aos réus, aos assassinos, aos perversos, e os juízes tinham de contemplar daqui, deste Templo das Chaminés, os condenados serem mortos. Aqui, sobre a Pedra do Sacrifício, eram justiçados com o cutelo de quartzo…
Por último temos aqui atrás o Templo Maior, no qual todos os Deuses Santos eram venerados nessa pirâmide, aqui se reuniam periodicamente os sacerdotes de todos os Deuses Santos, mas Hernán Cortés apareceu por aqui e matou todos os sacerdotes dos Deuses. Ele, os espanhóis, queriam impor à força a religião que traziam.
A Sabedoria antiga está aqui nos códices, nas pirâmides e nos templos…
Hernán Cortés odiava os sacerdotes que ministravam sua religião, em nome de seus Deuses; mas, na verdade, tenho de lhe dizer, meus amigos, que ainda os mesmíssimos espanhóis seguem adorando os Deuses. Como? Cultuando os anjos, os arcanjos, os principados, as potestades, as virtudes e os tronos da religião cristã. Isso nada mais é que os mesmos Deuses do México, então, por que eles nos qualificam de “idólatras” e de “hereges”?

Irmãos, aqui, nesta terra sagrada, seguiremos rendendo culto aos Deuses, custe o que custar, ainda que nos qualifiquem de “idólatras”, estamos com a Sabedoria dos nossos antepassados!
Até aqui minhas palavras, meus estimáveis amigos…
SAMAEL AUN WEOR





