quinta-feira, abril 25, 2024

Livro de Urântia:O nascimento e a infãncia de Jesus

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    DOCUMENTO 122

    O NASCIMENTO E A INFÂNCIA DE JESUS

    Dificilmente será possível esclarecer de modo pleno sobre as muitas razões que levaram à seleção da Palestina como a terra para a auto-outorga de Michael; e especialmente sobre a razão pela qual a família de Maria e José devesse ter sido escolhida como o núcleo imediato para a vinda desse Filho de Deus em Urântia.

    Após o estudo da informação especial sobre as condições dos mundos segregados, preparado pelos Melquisedeques em conselho com Gabriel, Michael finalmente escolheu Urântia como o planeta onde cumprir a sua auto-outorga final. Em seguida a essa decisão Gabriel fez uma visita pessoal a Urântia e, como resultado do seu estudo dos grupos humanos e da sua pesquisa das características espirituais, intelectuais, raciais e geográficas do mundo e dos seus povos, ele decidiu que os hebreus possuíam aquelas vantagens relativas que garantiam a sua seleção como a raça para a auto-outorga. Depois que Michael aprovou essa decisão, Gabriel destacou a Comissão Familiar dos Doze – selecionada dentre as mais elevadas personalidades deste universo – e despachou-a para Urântia, encarregando-a da tarefa de efetuar uma investigação sobre a família judaica. Quando essa comissão terminou os seus trabalhos, Gabriel estava presente em Urântia e recebeu o informe que designava três casais com a perspectiva de poderem ser, na opinião dessa comissão, as famílias igualmente favoráveis à auto-outorga em prospecto, para a encarnação projetada de Michael.

    Dos três casais apontados, a escolha pessoal de Gabriel recaiu sobre José e Maria; em seguida ele fez a sua aparição pessoal a Maria, ocasião em que comunicou a ela as boas-novas de que tinha sido ela a escolhida para tornar-se mãe terrena do menino auto-outorgado.

    1. JOSÉ E MARIA

    José, o pai humano de Jesus (Joshua ben José), era um hebreu entre os hebreus, embora trazendo muitos traços hereditários não judeus, que vinham sendo adicionados à sua árvore genealógica, de tempos em tempos, pela linhagem feminina dos seus progenitores. A linhagem ancestral do pai de Jesus remontava aos dias de Abraão e, através desse venerável patriarca, remetia-se até as linhas mais antigas de hereditariedade, que se ligavam aos sumérios e noditas e, através das tribos meridionais dos antigos homens azuis, até Andon e Fonta. Davi e Salomão não estavam na linha direta dos antepassados de José, nem a linhagem de José ia diretamente até Adão. Os ancestrais imediatos de José eram trabalhadores em artefatos – construtores, carpinteiros, pedreiros e forjadores. José, ele próprio, era carpinteiro e mais tarde foi um empreiteiro. A sua família pertencia a uma longa e ilustre linhagem notável da gente comum, acentuada, aqui e ali, pelo aparecimento de indivíduos incomuns, que de algum modo se tinham distinguido, e que foram ligados à evolução da religião em Urântia.

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    Maria, a mãe terrena de Jesus, era descendente de uma longa linhagem de ancestrais singulares, que abrangia muitas das mulheres mais notáveis na história das raças de Urântia. Se bem que Maria fosse uma mulher comum dos seus dias e geração, dona de um temperamento bastante corriqueiro, ela contava entre os seus antepassados com mulheres bem conhecidas como Anon, Tamar, Rute, Betsabá, Ansie, Cloa, Eva, Enta e Ratta. Nenhuma mulher judia daquela época era de linhagem mais ilustre de progenitores em comum, e nenhuma remontando a origens mais auspiciosas. A linha dos ancestrais de Maria, como a de José, era caracterizada pela predominância de indivíduos fortes mas comuns, e na qual despontavam aqui e ali várias personalidades que se destacaram na marcha da civilização e da evolução progressiva da religião. Do ponto de vista racial, não seria próprio considerar Maria como judia. Na cultura e na crença, ela era judia mas, nos dons hereditários ela era mais uma composição de sangue sírio, hitita, fenício, grego e egípcio, de modo que a sua herança racial era mais geral do que a de José.

    De todos os casais que viviam na Palestina por volta da época da auto-outorga projetada de Michael, José e Maria possuíam a combinação ideal de parentescos raciais abertos e de dons de personalidade acima do normal. Era plano de Michael aparecer na Terra como um homem comum, de modo que a gente comum o entendesse e o recebesse; e por isso é que Gabriel tinha selecionado pessoas como José e Maria para tornarem-se os progenitores nessa auto-outorga.

    2. GABRIEL APARECE PARA ISABEL

    O trabalho da vida de Jesus em Urântia, na verdade, foi iniciado por João Batista. Zacarias, o pai de João, era um sacerdote judeu, enquanto a sua mãe, Isabel, era membro do ramo mais próspero do mesmo grande grupo familiar ao qual também pertencia Maria, a mãe de Jesus. Zacarias e Isabel, embora estivessem casados há muitos anos, não tinham filhos.

    Era já o final do mês de junho, do ano 8 a.C., cerca de três meses após o casamento de José e Maria, quando Gabriel, certo dia, apareceu para Isabel, ao meio-dia, tal como mais tarde se apresentaria perante Maria. E Gabriel disse a ela:

    “Enquanto o teu marido, Zacarias, está diante do altar em Jerusalém, e enquanto o povo reunido ora pela chegada do libertador, eu, Gabriel, vim para anunciar que tu irás dentro em pouco conceber um filho que será o precursor do seu divino mestre, e chamarás de João, ao teu filho. Ele crescerá dedicado ao senhor seu Deus e, quando chegar à maturidade, ele alegrará ao teu coração porque conduzirá muitas almas para Deus, e também irá proclamar a vinda do curador de almas do vosso povo e o libertador do espírito de toda a humanidade. A tua prima Maria será a mãe desse menino prometido, e eu também aparecerei diante dela”.

    Essa visão amedrontou grandemente a Isabel. Depois da partida de Gabriel ela repassou a experiência, revirando-a na sua mente, ponderando longamente sobre as palavras do majestoso visitante, mas não falou da revelação a ninguém, exceto ao seu marido, até que posteriormente visitasse Maria, em princípios de fevereiro do ano seguinte.

    Durante cinco meses, contudo, Isabel guardou aquele seu segredo até mesmo do marido. Quando contou a ele, sobre a visita de Gabriel, Zacarias permaneceu cético e por semanas duvidou de toda a experiência, só consentindo em acreditar na visita de Gabriel à sua esposa, e sem maior entusiasmo, quando não mais podia duvidar de que ela esperava uma criança. Zacarias ficou muito perplexo com a


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    maternidade próxima de Isabel, mas não duvidava da integridade da sua esposa, apesar da idade avançada dele. E, apenas seis semanas antes do nascimento de João, é que Zacarias, em conseqüência de um sonho impressionante, tornou-se plenamente convencido de que Isabel estava para tornar-se a mãe de um filho do destino, aquele que iria preparar o caminho para a vinda do Messias.

    Gabriel apareceu para Maria por volta de meados de novembro, do ano 8 a.C., no momento em que ela estava trabalhando na sua casa em Nazaré. Mais tarde, após Maria ter sabido que era certo que estava para ser mãe, ela persuadiu José a deixá-la viajar à cidade de Judá, a sete quilômetros a oeste de Jerusalém, nas montanhas, para visitar Isabel. Gabriel tinha informado a cada uma dessas duas futuras mães sobre a sua aparição à outra. Naturalmente elas estavam ansiosas para encontrar-se, para compartilhar as suas experiências, e para falar sobre os prováveis futuros dos seus filhos. Maria permaneceu com a sua prima distante por três semanas. Isabel fez muito para fortalecer a fé de Maria na visão de Gabriel, de modo que ela voltou para a sua casa mais plenamente dedicada ao chamado de ser mãe do menino predestinado, a quem ela, muito em breve, iria apresentar ao mundo como um bebê indefeso, uma criança comum e normal deste reino.

    João nasceu na cidade de Judá, aos 25 de março, do ano 7 a.C. Zacarias e Isabel rejubilaram-se grandemente com o fato de que um filho tivesse vindo para eles como Gabriel tinha prometido; e, ao oitavo dia, quando apresentaram a criança para a circuncisão, eles o batizaram formalmente como João, exatamente como se lhes tinha sido ordenado. E logo um sobrinho de Zacarias partiu para Nazaré, levando até Maria a mensagem de Isabel, proclamando o nascimento de um filho cujo nome seria João.

    Desde a mais tenra infância os pais inculcaram em João a idéia de que ele cresceria e tornar-se-ia um líder espiritual e um mestre religioso. E o solo do coração de João sempre foi sensível a essas sementes sugestivas. Ainda quando criança, encontravam-no freqüentemente no templo durante os ofícios do serviço do seu pai; e ele ficava imensamente impressionado com o significado de tudo aquilo que via.

    3. O ANÚNCIO DE GABRIEL FEITO A MARIA


    Anunciação por Sandro Botticelli.

    Uma tarde, por volta do cair do sol, antes que José tivesse retornado ao lar, Gabriel apareceu a Maria, ao lado de uma mesa baixa de pedra e, depois que ela se recompôs, ele disse: “Venho a pedido daquele que é o meu Mestre, a quem tu irás amar e nutrir. A ti Maria, eu trago alegres novas e, pois, anuncio que a concepção em ti foi ordenada pelo céu e que, no tempo devido, tu te tornarás a mãe de um filho; tu o chamarás Joshua; e ele irá inaugurar o Reino do céu na Terra e entre os homens. Nada digas disso a ninguém, exceto a José e a Isabel, a tua parente, a quem também eu apareci e que deve também agora conceber um filho, cujo nome será João e que será aquele que preparará o caminho para a mensagem de libertação que o teu filho irá proclamar aos homens com uma grande força e uma convicção profunda. E não duvides tu de minha palavra, Maria, pois esse lar foi escolhido como o habitat mortal do menino predestinado. A minha bênção recai sobre ti, e os poderes dos Altíssimos irão fortalecer-te; e o Senhor de toda a Terra acobertar-te-á na Sua sombra”.

    Maria ponderou sobre essa visitação, secretamente, no seu coração, por muitas semanas, antes de ousar abrir-se com o marido a respeito desses acontecimentos inusitados,


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    até que estivesse certa de que carregava em si uma criança. Quando José escutou sobre tudo isso, se bem que tivesse grande confiança em Maria, ele ficou muito perturbado e não pôde dormir por muitas noites. A princípio José tinha dúvida sobre a visita de Gabriel. Depois, quando ele estava quase se persuadindo de que Maria tinha realmente ouvido a voz e visto a forma do mensageiro divino, ele torturava-se ao pensar sobre como poderiam ser essas coisas. Como a progênie de seres humanos, poderia ser um filho com destino divino? E José não podia nunca reconciliar essas idéias conflitantes até que, depois de várias semanas de muito pensar, ambos, ele e Maria, chegaram à conclusão de que tinham sido escolhidos para tornarem-se os pais do Messias; ainda que o conceito judeu não fosse, nem um pouco, o de que o libertador aguardado era para ser de natureza divina. Ao chegarem a essa importante conclusão, Maria apressou-se a partir para uma visita a Isabel.

    Quando retornou, Maria foi visitar os seus pais, Joaquim e Ana. Os seus dois irmãos e duas irmãs, bem como os seus pais, sempre foram muito céticos sobre a missão divina de Jesus, embora nesse momento, claro, eles nada soubessem da visitação de Gabriel. Mas Maria confidenciou à sua irmã Salomé que ela achava que o seu filho era destinado a tornar-se um grande mestre.

    O anúncio que Gabriel fez a Maria aconteceu no dia seguinte à concepção de Jesus e foi o único evento de ocorrência sobrenatural ligado a toda a experiência de Maria de conceber e trazer consigo o menino da promessa.

    4. O SONHO DE JOSÉ

    José não se reconciliou com a idéia de que Maria estivesse para tornar-se a mãe de uma criança extraordinária, até que teve a experiência de um sonho de forte impressão. Nesse sonho um mensageiro celestial brilhante aparecia a ele e, entre outras coisas, disse: “José, apareço sob o comando Daquele que agora reina nas alturas; e tenho o mandato de instruí-lo a respeito do filho que Maria irá gerar e que se tornará uma grande luz para o mundo. Nele estará a vida; e a sua vida tornar-se-á a luz da humanidade. Ele virá primeiro para o seu próprio povo, todavia eles mal o receberão; mas a quantos o receberem, a esses será revelado que eles são os filhos de Deus”. Depois dessa experiência José deixou totalmente de duvidar da história de Maria sobre a visita de Gabriel e sobre a promessa de que a criança que estava para nascer tornar-se-ia um mensageiro divino para o mundo.

    Em todas essas aparições nada foi dito sobre a casa de Davi. Nada jamais deixou transparecer que Jesus tornar-se-ia um “libertador dos judeus”, nem mesmo que ele era o Messias há muito esperado. Jesus não era um Messias tal como os judeus haviam antecipado, mas ele era o libertador do mundo. A sua missão não era apenas para um povo, era para todas as raças e povos.

    José não era da linhagem do Rei Davi. Maria tinha mais ancestrais na linha de Davi do que José. Bem verdade é que José fora a Belém, cidade de Davi, para ser registrado no censo romano, mas isso aconteceu porque, seis gerações antes, o ancestral de José, naquela geração, sendo um órfão, tinha sido adotado por um certo Zadoc, que era descendente direto de Davi; por isso José podia ser também contado como sendo da “casa de Davi”.

    A maioria das chamadas profecias messiânicas do Antigo Testamento foi feita para ser aplicada a Jesus, muito tempo depois que a sua vida na Terra tinha sido vivida. Por séculos, os profetas hebreus haviam proclamado a vinda de um libertador, e essas promessas tinham sido elaboradas por gerações sucessivas, e referiam-se a um governante judeu que iria assentar-se no trono de Davi e que, por meio dos métodos miraculosos


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    de Moisés, estabeleceria os judeus na Palestina como uma nação poderosa, livre de toda dominação estrangeira. Novamente, muitas das passagens figurativas encontradas nas escrituras dos hebreus foram posteriormente aplicadas de modo distorcido à missão da vida de Jesus. Muitos dos dizeres do Antigo Testamento foram deformados de modo a parecerem adequar-se a algum episódio da vida do Mestre na Terra. Jesus certa vez negou publicamente, ele próprio, qualquer ligação com a casa real de Davi. Mesmo aquela passagem “uma jovem dará à luz um filho”, foi lida como sendo: “uma virgem dará à luz um filho”. Isso também é verdade sobre muitas das genealogias feitas, tanto de José quanto de Maria, e que foram elaboradas depois da carreira de Michael na Terra. Muitas dessas linhagens contêm bastante da linha ancestral do Mestre, mas no todo elas não são genuínas e não são confiáveis como sendo reais. Os primeiros seguidores de Jesus, muito freqüentemente, sucumbiam à tentação de fazer com que todas as velhas expressões proféticas parecessem encontrar a sua realização na vida do seu Senhor e Mestre.

    5. OS PAIS TERRENOS DE JESUS

    José era um homem de maneiras suaves, era extremamente consciente e, de todos os modos, fiel às convenções e práticas religiosas do seu povo. Ele falava pouco, mas pensava muito. A condição sofrida do povo judeu causava a José muita tristeza. Na sua juventude, entre os seus oito irmãos e irmãs, ele tinha sido mais alegre, mas nos primeiros anos da sua vida de casado (durante a infância de Jesus) ele esteve sujeito a períodos de leve desencorajamento espiritual. Essas manifestações do seu temperamento foram bastante atenuadas, um pouco antes da sua morte prematura, depois que a situação econômica da sua família melhorou, por causa do seu progresso, quando passou, de carpinteiro, à posição de um próspero empreiteiro.

    O temperamento de Maria era completamente oposto ao do marido. Ela era geralmente alegre, muito raramente ficava abatida e possuía uma disposição sempre ensolarada. Maria permitia-se dar livre e freqüente vazão à expressão dos seus sentimentos e emoções e nunca se vira afligida, até a súbita morte de José. E mal se recuperara desse choque quando teve de enfrentar as ansiedades e perplexidades que se lançaram sobre ela, por causa da carreira extraordinária do seu filho mais velho, que se desenrolou muito rapidamente diante do seu olhar atônito. Mas durante toda essa experiência inusitada Maria manteve-se calma, corajosa e bastante sábia no seu relacionamento com o seu estranho e pouco compreendido primogênito e com os irmãos e irmãs ainda vivos dele.

    Muito da doçura especial de Jesus, e da sua compreensão compassiva da natureza humana, ele herdara do seu pai; o dom de ser um grande mestre e a sua imensa capacidade de indignar-se, por retidão, ele herdou da sua mãe. Nas reações emocionais ao meio ambiente, na sua vida de adulto, Jesus era também como o seu pai: meditativo e adorador, o que algumas vezes deixava transparecer tristeza; mas, mais freqüentemente, ele conduzia-se da maneira otimista e com a disposição determinada da sua mãe. No conjunto, a tendência era de que o temperamento de Maria dominasse a carreira do filho divino, durante o seu crescimento e nos passos decisivos da sua carreira adulta. Jesus era uma mistura dos traços dos seus pais, em algumas das suas atitudes; em outras ele demonstrava mais as características de um deles do que as do outro.

    De José, Jesus tinha a educação estrita nos usos dos cerimoniais judeus e o seu conhecimento excepcional das escrituras dos hebreus; de Maria, ele trazia um ponto de vista mais amplo da vida religiosa e um conceito mais liberal da liberdade espiritual pessoal.


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    As famílias de ambos, José e Maria, eram bem instruídas para a sua época. José e Maria foram educados muito acima da média da sua época, considerando a sua situação social. Ele era um homem de muito pensar e ela era uma mulher que planejava, dotada de adaptabilidade e prática na execução imediata. José era moreno, de olhos negros; e Maria era do tipo quase louro, de olhos castanhos.

    Tivesse José vivido e ter-se-ia tornado, indubitavelmente, um crente firme na missão do seu filho mais velho. Maria alternava-se, ora acreditando ora duvidando, sendo grandemente influenciada pela posição tomada pelos seus outros filhos e pela dos seus amigos e parentes, mas sempre era fortificada na sua atitude final pela memória da aparição de Gabriel a ela, imediatamente depois que a criança foi concebida.

    Maria era uma hábil tecelã e de uma habilidade acima da média na maioria das artes caseiras da época; era uma boa dona-de-casa e muito caprichosa no forno. Tanto José quanto Maria eram bons educadores e cuidaram para que os seus filhos fossem bem versados nos ensinamentos da época.

    Quando José era rapaz, ele tinha sido empregado do pai de Maria no trabalho de construir uma extensão da sua casa, e foi quando Maria trouxe a José um copo de água, durante a refeição do meio-dia, que realmente aqueles dois, que estavam destinados a ser os pais de Jesus, começaram a fazer a corte um ao outro.

    José e Maria casaram-se de acordo com os costumes judeus, na casa de Maria nas proximidades de Nazaré, quando José tinha vinte e um anos de idade. Esse casamento concluiu um noivado normal que durou quase dois anos. Pouco depois eles mudaram-se para a casa em Nazaré, que tinha sido construída por José com a ajuda de dois dos seus irmãos. A casa situava-se ao pé de uma elevação que dominava, de modo encantador, a paisagem do campo. Nessa casa, especialmente preparada, esses jovens pais, na expectativa de dar as boas-vindas ao menino prometido, não sabiam que o evento memorável para o universo estava para acontecer enquanto eles estivessem fora de casa, em Belém, na Judéia.

    A parte maior da família de José convertera-se aos ensinamentos de Jesus, mas pouquíssimos, entre os da gente de Maria, acreditaram nele, antes que ele partisse desse mundo. José inclinava-se mais para o conceito espiritual de um Messias esperado, mas Maria e a sua família, especialmente o seu pai, ativeram-se à idéia de que o Messias era um libertador temporal e um governante político. Os ancestrais de Maria tinham identificado-se manifestamente com as atividades dos Macabeus ainda recentes naqueles tempos.

    José apegou-se vigorosamente ao ponto de vista oriental, ou Babilônico, da religião judaica; Maria inclinava-se fortemente para a interpretação ocidental, ou helenista, mais liberal e aberta, da lei e dos profetas.

    6. O LAR EM NAZARÉ

    A casa de Jesus não ficava longe da alta montanha, na parte norte de Nazaré, a uma certa distância da nascente de água da cidade, que era na parte leste da mesma. A família de Jesus morava nos arredores da cidade, e isso facilitou para ele, posteriormente, as suas caminhadas no campo e subidas à montanha próxima, a mais alta de todas, na parte sul da Galiléia, exceto pela cadeia do monte Tabor, a leste, e o monte Naim,


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    que tinham aproximadamente a mesma altitude. A casa deles localizava-se um pouco ao sul e a leste da parte sul do promontório desse monte e a cerca do meio caminho entre a base dessa elevação e a estrada que vai de Nazaré a Caná. Além de subir o monte, o passeio favorito de Jesus era seguir uma trilha estreita que serpenteava desde a base da montanha, indo na direção nordeste, até um ponto onde se juntava à estrada de Séforis.

    A casa de José e Maria era feita de estrutura de pedra e tinha um cômodo com um teto plano e uma construção adjacente para abrigar os animais. A mobília consistia de uma mesa baixa de pedra, utensílios de barro e pratos e potes de pedra, um tear, uma lamparina, vários bancos pequenos e esteiras para dormir sobre o chão de pedra. No quintal ao fundo, perto do anexo dos animais, ficava o abrigo que protegia o forno e o moinho para moer os grãos. Eram necessárias duas pessoas para operar esse tipo de moinho, uma para provê-lo de grãos e outra para moer. Quando era ainda menino, Jesus muitas vezes cuidava de dosar os grãos no moinho, enquanto a sua mãe girava o moedor.

    Quando, mais tarde, a família cresceu, eles agrupar-se-iam todos em volta da mesa de pedra, que foi aumentada, para desfrutar das suas refeições, servindo-se de alimento em um prato comum, ou potiche. Durante o inverno, na refeição noturna, a mesa estaria iluminada por uma lâmpada pequena e achatada de terracota, cheia de óleo de oliva. Após o nascimento de Marta, José construiu uma outra acomodação, um quarto grande, que era usado como carpintaria durante o dia e como quarto de dormir à noite.

    7. A VIAGEM A BELÉM

    No mês de março do ano 8 a.C.(mês em que José e Maria casaram-se), César Augustus decretou que todos os habitantes do império romano fossem contados; que deveria ser feito um censo de modo a poder ser usado para uma cobrança mais eficiente dos impostos. Os judeus sempre tiveram muita prevenção contra qualquer tentativa de “enumerar o povo” e isso, além das dificuldades domésticas com Herodes, rei da Judéia, tinha conspirado para causar o adiamento, por um ano, na concretização desse censo, no reino dos judeus. Em todo o império romano esse censo ficou registrado no ano 8 a.C., exceto no reino de Herodes, na Palestina, onde foi feito um ano mais tarde, no ano 7. a.C.

    Não era necessário que Maria fosse a Belém para fazer esse registro – José estava autorizado a fazer o registro por toda a sua família –, mas Maria, sendo uma pessoa dinâmica e dada a aventuras, insistiu em acompanhá-lo. Ela temia que, sendo deixada sozinha, a criança nascesse enquanto José estava ausente e, Belém não sendo longe da cidade de Judá, Maria previu a possibilidade de uma agradável visita à sua parenta Isabel.

    José praticamente proibiu Maria de acompanhá-lo, mas foi inútil; quando a comida estava sendo empacotada para a viagem de três ou quatro dias, ela preparou rações duplas e aprontou-se para a viagem. E, antes que eles saíssem de fato, José estava já acostumado com a idéia de Maria ir junto e então, alegremente, eles partiram de Nazaré ao alvorecer do dia.

    José e Maria eram pobres e, como tivessem apenas um burro de carga, Maria cavalgava no animal, estando já adiantada na gravidez, junto com as provisões, enquanto José caminhava guiando o animal. A construção e a manutenção de uma casa tinha sido um grande peso para José, pois ele tinha também de contribuir para a sobrevivência dos seus pais, já que o seu pai recentemente tinha-se tornado incapacitado para tal. E assim o casal judeu partiu da sua humilde casa, na manhã de 18 de agosto, do ano 7 a.C., para a sua viagem a Belém.


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    No seu primeiro dia de viagem eles contornaram os contrafortes ao sopé do monte Gilboa, onde passaram a noite, acampados à margem do Jordão. Ali, eles muito perguntaram a si próprios sobre a natureza do filho que nasceria deles; José aderindo ao conceito de um mestre espiritual e Maria sustentando a idéia de um Messias judeu, um libertador da nação hebraica.

    Cedo, na brilhante manhã de 19 de agosto, José e Maria estavam de novo a caminho. Eles tomaram a sua refeição do meio-dia junto ao pé do monte Sartaba, que domina o Vale do Jordão, e continuaram a viagem, chegando a Jericó à noite, onde pararam em uma hospedaria na estrada nos arredores da aldeia. Depois da refeição da noite e depois de muita discussão sobre a opressão do governo romano e sobre Herodes, sobre os registros do recenseamento e a influência relativa de Jerusalém e de Alexandria como centros da cultura e do ensino judeus, os viajantes de Nazaré retiraram-se para o repouso noturno. Bem cedo, pela manhã do dia 20 de agosto, retomaram a sua viagem e alcançaram Jerusalém antes do meio-dia. Visitaram o templo e tomaram, de novo, o seu caminho para chegar a Belém bem no meio da tarde.

    O albergue estava superlotado e José então procurou um alojamento entre os parentes distantes, mas todos os quartos em Belém estavam repletos. Ao retornarem à praça à frente do albergue, ele foi informado de que os animais dos estábulos das caravanas, feitos nos flancos do rochedo e situados exatamente abaixo do albergue, tinham sido retirados e que tudo estava limpo exatamente para receber os hóspedes. Deixando o asno na área à frente do albergue, José colocou os sacos de roupas e provisões sobre os seus ombros e desceu com Maria os degraus de pedra, para os alojamentos de baixo. Viram-se instalados naquilo que era uma sala de estocagem de grãos, na frente dos estábulos e das manjedouras. Cortinas de tendas tinham sido dependuradas e eles se deram por muito felizes de terem alojamentos tão confortáveis.

    José tinha pensado em registrar-se logo em seguida, mas Maria estava cansada; estava bastante extenuada e suplicou-lhe que permanecesse com ela, e ele ficou ali.

    8. O NASCIMENTO DE JESUS


    Nascimento de Jesus por Boticcelli.

    Durante toda essa noite Maria estivera inquieta, de forma que nenhum dos dois dormiu muito. Ao amanhecer, as pontadas do parto já estavam bem evidentes e, no dia 21 de agosto do ano 7 a.C., ao meio-dia, com a ajuda e as ministrações carinhosas de mulheres viajantes amigas, Maria deu à luz um pequeno varão. Jesus de Nazaré havia nascido para o mundo; e estava enrolado nas roupas que Maria tinha trazido consigo, para essa possível contingência, e deitado em uma manjedoura próxima.


    Cena do filme Jesus, a história do nascimento.

    Da mesma forma que todos os bebês tinham vindo ao mundo até então e viriam desde então, nasceu o menino prometido e, no oitavo dia, conforme a prática judaica, foi circuncidado e formalmente denominado Joshua (Jesus).

    No dia seguinte ao nascimento de Jesus, José fez o seu registro. Encontrando-se então com um homem com quem tinham conversado há duas noites atrás em Jericó, José foi levado por ele até um amigo abastado que tinha um quarto na pousada e ele disse que trocaria de quartos, com prazer, com o casal de Nazaré. Naquela tarde eles se mudaram para a pousada, onde ficaram por quase três semanas, até que encontraram hospedagem na casa de um parente distante de José.

    Ao segundo dia, após o nascimento de Jesus, Maria enviou uma mensagem a Isabel dizendo que o seu filho tinha chegado e recebeu em resposta um convite feito a José, para ir a Jerusalém, a fim de falar de todos os assuntos com Zacarias. Na semana seguinte José foi a Jerusalém para conversar com Zacarias. Zacarias e Isabel achavam-se ambos sinceramente convencidos de que Jesus estava destinado a se tornar o libertador


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    judeu, o Messias, e que João, o filho deles, seria o seu principal colaborador, o braço direito no seu destino. E, já que Maria compartilhava dessas mesmas idéias, não foi difícil convencer José a permanecer em Belém, a cidade de Davi, para que Jesus pudesse crescer e se tornar o sucessor de Davi no trono de todo Israel. Desse modo, permaneceram eles em Belém por mais de um ano, tendo José se dedicado ao seu ofício de carpinteiro durante esse tempo.

    No dia do nascimento de Jesus, ao meio-dia, os serafins de Urântia, reunidos com os seus diretores, cantaram hinos de glória sobre a manjedoura de Belém, mas esses cânticos de glória não foram escutados por ouvidos humanos. Nenhum pastor, nem quaisquer outras criaturas mortais vieram prestar a sua homenagem ao menino de Belém, até o dia da chegada de certos sacerdotes de Ur, que tinham sido enviados de Jerusalém por Zacarias.

    A esses sacerdotes da Mesopotâmia tinha sido contado, há algum tempo atrás, por um estranho professor religioso, do seu país, que tivera um sonho no qual havia sido informado de que a “luz da vida” estava a ponto de aparecer sobre a Terra, na forma de um menino, entre os judeus. E os três sacerdotes partiram, pois, em busca dessa “luz da vida”. Após muitas semanas de procura infrutífera em Jerusalém, estavam para voltar a Ur, quando conheceram Zacarias que lhes confiou sobre a sua crença de que Jesus era o objeto da procura deles e os enviou a Belém, onde eles encontraram o menino e deixaram as suas oferendas com Maria, a sua mãe terrena. A criança estava então com quase três semanas de idade à época da visita deles.

    Esses sábios homens não viram nenhuma estrela a guiá-los para Belém. A belíssima lenda da estrela de Belém originou-se desta forma: Jesus nasceu aos 21 de agosto, ao meio-dia, de 7 a.C. Em 29 de maio do mesmo ano houve uma extraordinária conjunção entre Júpiter e Saturno na constelação de Peixes. E é um acontecimento astronômico marcante que conjunções semelhantes tenham ocorrido aos 29 de setembro e aos 5 de dezembro do mesmo ano. Com base nesses acontecimentos extraordinários, mas inteiramente naturais, os bem-intencionados zelotes das gerações que sucederam, com o seu zelo de crentes, elaboraram a lenda atraente da estrela de Belém e dos Reis Magos adoradores que foram conduzidos pela estrela à manjedoura para contemplar e adorar o recém-nascido. As mentes orientais e do meio-oriente deleitam-se com fábulas e inventam constantemente belos mitos sobre a vida dos seus dirigentes religiosos e dos seus heróis políticos. Na falta de uma imprensa, quando a maior parte do conhecimento humano se transmitia pela palavra saída da boca, de uma geração a outra, era muito fácil que os mitos se tornassem tradição e que as tradições eventualmente fossem aceitas como fatos.

    9. A APRESENTAÇÃO NO TEMPLO

    Moisés tinha ensinado aos judeus que todos os filhos primogênitos pertenciam ao Senhor e que, em lugar do seu sacrifício, como era costume entre as nações pagãs, esse filho poderia viver desde que os seus pais o redimissem com o pagamento de cinco moedas a qualquer sacerdote autorizado. Também existia uma regulamentação mosaica que dizia que uma mãe, após um certo período de tempo, devia apresentar-se ao templo, para a purificação (ou ter alguém que fizesse o sacrifício adequado em lugar dela). Era costumeiro que ambas as cerimônias ocorressem ao mesmo tempo. Desse modo, José e Maria foram ao templo de Jerusalém, pessoalmente, para apresentar Jesus aos sacerdotes e efetivar a sua redenção e também fazer o sacrifício apropriado para assegurar a Maria a purificação cerimonial da suposta impureza do dar à luz.


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    Nas cortes do templo estavam freqüentemente presentes duas figuras dignas de nota, Simeão, um cantor, e Anna, uma poetisa. Simeão era da Judéia e Anna era da Galiléia. Esses dois estavam quase sempre juntos e ambos eram íntimos do sacerdote Zacarias, que tinha confiado o segredo de João e Jesus a eles. E tanto Simeão quanto Anna ansiavam pela vinda do Messias, e a sua confiança em Zacarias os levara a acreditar que Jesus era o libertador esperado do povo judeu.

    Zacarias sabia para que dia era esperado que José e Maria aparecessem no templo com Jesus, e acertou com Simeão e Anna, antecipadamente, que indicaria, com a saudação da sua mão levantada, qual, na procissão das crianças recém-nascidas, era Jesus.

    Para essa ocasião Anna tinha escrito um poema que Simeão passou a cantar, para surpresa de José, de Maria e de todos os que estavam reunidos nos pátios do templo. E o hino deles, para a redenção do filho primogênito, foi assim:

    Abençoado seja o Senhor, Deus de Israel,

    Que nos visitou e trouxe a redenção ao seu povo;

    A trombeta da salvação, Ele fez soar por todos nós

    Na casa do seu servo Davi.

    Assim como falou da boca dos seus sagrados profetas

    –Salvação dos nossos inimigos e da mão de todos aqueles que nos odeiam;

    Para mostrar misericórdia para com os nossos pais, na lembrança da Sua santa aliança –,

    O juramento que fez a Abraão, nosso pai,

    De conceder-nos que nós, sendo libertados da mão dos nossos inimigos,

    Pudéssemos servir a ele sem temores,

    Em santidade e retidão perante ele, por todos os nossos dias.

    E que tu, sim, menino prometido, sejas chamado de Profeta do Altíssimo;

    Porque irás, diante do semblante do Senhor, estabelecer o seu Reino;

    Dar conhecimento da salvação a seu povo

    Em remissão dos seus pecados.

    Regozijemos com a doce misericórdia do nosso Deus, porque a aurora

    do alto veio nos visitar

    Para resplandecer sobre aqueles que estão nas trevas e na sombra da morte;

    Para guiar os nossos pés nos caminhos da paz.

    E, pois, deixemos agora o Vosso servo partir em paz, Ó Senhor, conforme a Vossa palavra,

    Pois os meus olhos viram já a Vossa salvação,

    Que por Vós foi preparada diante da vista de todos os povos;

    Luz que resplandece para esclarecimento até dos gentios

    E para glória do nosso povo de Israel.

    De volta a Belém, José e Maria permaneceram em silêncio – confusos e intimidados. Maria estava muito perturbada pelas palavras de despedida de Anna, a poetisa anciã, e José não se sentia em harmonia com aquele esforço prematuro de fazer de Jesus o Messias prometido do povo judeu.

    10. OS ATOS DE HERODES

    Mas os informantes de Herodes não estavam inativos. Quando reportaram a ele sobre a visita dos sacerdotes de Ur a Belém, Herodes convocou esses caldeus a


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    aparecerem diante dele. E diligentemente ele inquiriu a esses homens sábios sobre o novo “rei dos judeus”, mas eles deram pouca satisfação a ele, explicando que o menino nascera de uma mulher que viera a Belém com o seu marido para comparecerem ao censo. Herodes, não satisfeito com essa resposta, despediu-os, dando-lhes uma bolsa de dinheiro, e mandou-lhes que encontrassem a criança de forma a que ele também pudesse ir lá e adorá-la, pois eles tinham declarado que o Reino dela devia ser espiritual, não temporal. Todavia, quando os sábios não voltaram, Herodes ficou com suspeitas. E enquanto pensava nisso, os seus informantes voltaram e lhe fizeram um relato completo das ocorrências recentes no templo, trazendo-lhe uma cópia de partes da canção de Simeão, que tinha sido cantada nas cerimônias de redenção de Jesus. Mas não seguiram José e Maria, e Herodes ficou irado com eles quando viu que não podiam dizer para onde o casal tinha levado a criança. Então, ele despachou espiões para localizar José e Maria. Sabendo que Herodes perseguia a família de Nazaré, Zacarias e Isabel permaneceram longe de Belém. O menino ficou escondido com uns parentes de José.

    José estava com medo de procurar trabalho, e as suas poucas economias estavam desaparecendo rapidamente. Mesmo na época das cerimônias de purificação no templo, José considerava-se pobre o suficiente para limitar em dois pequenos pombos a sua oferta para Maria, como Moisés tinha mandado, para a purificação das mães, entre os pobres.

    Quando, depois de mais de um ano de buscas, os espiões de Herodes não tinham achado Jesus; e em vista da suspeita de que a criança ainda estava escondida em Belém, ele preparou uma ordem que comandava que fosse feita uma busca sistemática em todas as casas de Belém, e que todos os bebês meninos de menos de dois anos fossem mortos. Desse modo Herodes esperava certificar-se de que essa criança que devia tornar-se o “rei dos judeus” fosse destruída. E assim pereceram, em um só dia, dezesseis bebês meninos em Belém da Judéia. Mas a intriga e o assassinato, mesmo na sua família imediata, eram acontecimentos comuns na corte de Herodes.

    O massacre desses infantes aconteceu em meados de outubro, do ano 6 a.C., quando Jesus tinha pouco mais de um ano idade. Mas havia crentes no Messias vindouro, até mesmo no séquito da corte de Herodes, e, um desses, sabendo da ordem de assassinar as crianças meninos de Belém, comunicou-se com Zacarias, que por sua vez despachou um mensageiro até José; e, na noite anterior ao massacre, José e Maria partiram com a criança, de Belém para Alexandria, no Egito. Para evitar atrair a atenção, eles viajaram sozinhos para o Egito com Jesus. Eles foram para Alexandria com o dinheiro providenciado por Zacarias, e lá José trabalhou no seu ramo, enquanto Maria e Jesus alojaram-se com parentes abastados da família de José. Eles permaneceram em Alexandria por dois anos inteiros, não retornando a Belém senão depois da morte de Herodes.

    http://www.urantia.org/portuguese/o_livro/02por122.htm

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