Revelações sobre a cabala e a alquimia do Patriarca

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Pergunta feita ao VM Samael Aun Weor: O senhor nos dá a entender que seu Centro de Gravidade estava em Yesod, e que o Centro de Gravidade da Gnosis, na sua Mensagem de Aquário, tem o centro de gravidade no Filho do Homem, em Tiferet, que é semelhante ao Centro de gravidade dos ensinamentos que o Grande Cabir Jesus nos deu. Estou correto ou equivocado?

Samael Aun Weor: Estás Correto! É claro que toda religião tem o seu centro de gravidade específico. Se estudarmos o Budismo Esotérico, poderemos perceber que é demasiadamente abstrato, e que certos estados transcendentais pertencem a Kether, o que nos permite deduzir com acerto que o Centro de Gravidade da religião budista é Kether, o Ancião dos Dias.

Se analisarmos a religião egípcia, ou a asteca, a maia, a zapoteca, a persa ou a caldeia, descobrimos que o Centro de Gravidade é Yesod, que é o Sexo, e que tal sefirote se acha situado nos órgãos sexuais. Se estudarmos cuidadosamente o Esoterismo cristão, descobriremos que o Centro de Gravidade é Tiferet, o Filho do Homem.

Sabemos que Kether é o Ancião dos Dias, a Verdade das Verdades, o Oculto dos Ocultos, a Misericórdia das Misericórdias. Chokmah é o segundo aspecto logoico, o Chrestos, e Binah é o Terceiro Logos, o Espírito Santo ou o Shiva dos hindus.

Alguns cabalistas cometem alguns erros, dizem que Chokmah é masculino e que Binah é feminino e colocam ambos como colunas do templo, algo assim como o Jákin e o Boaz da Maçonaria. Estão equivocados, porque Binah em si mesmo é masculino e feminino, na sua forma masculina é Shiva, mas desdobrando-se de si mesmo se converte na Shakti, ou seja, a Divina Mãe Kundalini.

Assim, considerando o Logos como Brahma, Vishnu e Shiva, ou Kether, Chokmah e Binah, formam a Trindade dentro da Unidade, e esse conjunto podemos chamá-lo de “Pai”. Se olharmos para Binah desdobrando-se na Shakti, teremos então o Logos e sua Esposa, ou seja, o Pai que está em segredo e a Mão Divina Kundalini Shakti. Sabemos que o Pai e a Mãe se encontram em Yesod, pois estão relacionados com a regência da Criação.

Malkuth é o Reino do Mundo físico que só existe pela força de Yesod, pelo potencial sexual desse sefirote. Desta forma, o Logos utiliza esse sefirote, Yesod, e poderá reproduzir todas as espécies, todas as coisas, dar forma a tudo o que é, o que tem sido e o que será.

Entretanto, há um sefirote secreto que se chama Daath, que se encontra precisamente nesse Yesod, que nos dá todo o conhecimento tântrico, o qual devidamente utilizado nos permitirá a Autorrealização Íntima do Ser.

Dessa forma, o primeiro triângulo (Kether, Chokmah e Binah) é o Pai Indivisível, depois vem o segundo triângulo (Chesed, Geburah e Tiferet), que é crístico, tendo como centro básico o seu centro nuclear, Tiferet. Esse triângulo é o Espírito Trino Manifestado, o Filho do Pai, tendo como centro básico a Alma Humana, ou seja, Tiferet.

Depois vem o terceiro triângulo (Netzach, Hod e Yesod): Netzach é a Mente, Hod é o Astral e Yesod, que é o assento sexual ou assento vital orgânico do corpo físico. E, por último, temos Malkuth, que é o corpo físico, lembrando que o Centro de Gravidade do terceiro triângulo é Yesod, o centro da Magia Prática.

No cristianismo autêntico podemos ver, com claridade total, que o Centro de Gravidade do Filho é Tiferet, mas se nos aprofundarmos mais nesse Arcano, na Cruz do Redentor, saberemos que na Cruz a madeira vertical é masculina e que a horizontal é feminina, e que a união de ambos forma a Cruz, a chave de todo poder. Por isso é que na Cruz está escrito INRI (Igne Natura Renovature Integram), ou seja, o Tantrismo, no fundo é o verdadeiro cristianismo autêntico.

P: O senhor mencionava, Mestre, que é muito importante dar os Ensinamentos aos Neófitos. Eu perguntava sobre a Imaculada Concepção, a Virgem, e o senhor respondeu que temos de conhecer a Cabala para intuir a Imaculada Concepção, a Mãe de Deus. O que poderia nos falar sobre esse respeito?

SAW: É claro que ninguém poderia entender o mistério da sagrada concepção sem conhecer a “Árvore da Vida”. Dizemos que o primeiro triângulo é logoico, que o segundo é crístico e se desdobra na Divina Mãe Kundalini, que ela é o aspecto feminino de Shiva, de Binah, a Esposa do Espírito Santo e depois vêm os outros sefirotes.

Em todas as teogonias se pinta sempre uma ÍSIS com o menino Hórus em seus braços; Maria, com o menino Jesus; é dela e dele que advêm os demais sefirotes; ele se desdobra nela, a sua Esposa, Ela se desdobra em Chesed, em Geburah e, por último, em Tiferet, sendo este o Centro de Gravidade do segundo triângulo.

De maneira que nesse Tiferet, esse menino, é Ela, a Ísis-Maria, que leva em seus braços o menino. Claro que esse menino tem de vir ao mundo, quando este estiver preparado. Diz-se que ele nasce num estábulo, as pessoas pensam que esse estábulo está situado numa vila, não. É bom saber que essa Belém onde nasceu o menino não existia na época de Jesus de Nazaré. Belém significa “Torre de Fogo”, e tudo isso é simbólico, pois está tudo dentro de nós mesmos.

É necessário criar antes um corpo astral mediante as transformações do Mercúrio da Filosofia Secreta, depois criar o corpo mental e por último o corpo da vontade consciente, ou o corpo causal, aí estaremos prontos para receber o Menino.

O advento do Filho do Homem é uma Graça do Altíssimo, o Filho do Homem nasce num estábulo, ou seja, entre os animais do desejo, porque o Iniciado não teve tempo para dissolver todos os elementos animais que leva dentro de si, por isso o menino é concebido por obra e graça do Terceiro Logos e sua Divina Mãe, que leva em seus braços um menino recém-nascido e que tem de crescer e se desenvolver.

Conforme vamos eliminando os nossos elementos inumanos, Ele irá crescendo e se desenvolvendo; no começo não se nota uma mudança no Iniciado que teve a felicidade de encarnar o Filho do Homem, aparentemente é o mesmo homem, suas debilidades são as mesmas, isso acontece porque o Menino nasce muito débil, mas com o tempo Ele tem de se submeter a todas as coisas, tem de eliminar os “animais do desejo” e o faz com a ajuda da sua Divina Mãe Kundalini.

Ele tem de trabalhar muito até submeter todas as coisas ao Pai e por último ele vence a Morte. Depois de ter se submetido a todas as coisas, de ter desintegrado todos os elementos inumanos que levamos dentro, Ele se submete ao Pai e sua obra final é vencer a Morte, ressuscitando no Pai e o Pai ressuscita Nele, porque “O filho está com o Pai e o Pai está com o Filho, aquele que viu o Filho viu o Pai”.

É claro que ele terá de morrer na Cruz, ou seja, terá de eliminar esses elementos indesejáveis na “Cruz”.

Muitos são os que dizem “Eu sou fiel à Gnosis, eu sou firme”, mas na hora H, falham na Cruz. Onde está a Cruz? Na cruz do Lingam-Yoni; falham exatamente ali, pois fornicam, adulteram, cometem aí as suas maldades etc. É nessa Cruz Sexual que temos de desintegrar os elementos inumanos e chegar à Morte do Homem Terreno.

Temos de entender isso com claridade mediana, muitos dizem que são féis à Gnosis porque seguem o Pai, mas quando chega a hora das provas na Cruz, demonstram que não são fiéis, que não seguem a Senda…

P: Poderia nos falar algo sobre a Semana Santa?

SAW: Chama-se “Santa” porque é a semana em que temos de viver o Drama Cósmico e cada dia equivale a longos períodos de trabalho, e no fim a Grande Obra se resume sempre no Livro de Jó, nos oito anos de Jó, sendo que a Semana Santa pode durar muitos anos. Em todo caso, cada um de nós tem de viver a sua Semana Santa e fazer todo o trabalho na sua Semana Santa. Ao povo não se pode explicar tudo isso, porque não entenderiam, a ele se dá a “casca” dos Ensinamentos, mas aos Iniciados se ensina a “carne” da Doutrina.

P: Mestre, o Bodhisatva caído tem de formar o corpo causal para que entre no Tiferet?

SAW: Bom, sendo Bodhisatva, não tem por que criar o corpo causal, pois já os criou no passado, mas tem de acender o Fogo em seus Veículos. Restaurar o Fogo em cada um dos seus veículos e depois regenerar o Ouro em seus Corpos.

Conseguido isso, ele se levanta. Depois disso, o Pai que está em Segredo pode enviar Tiferet a nascer no seu “estábulo interior”, se desejar verdadeiramente trabalhar pela Humanidade.

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