Queridos irmãos, se vamos ficar só na teoria, ficamos muito mal, necessitamos ser práticos cem por cento, porque a Autorrealização Íntima do Ser é uma questão prática. Sabemos que entre as sobrancelhas existe uma glândula muito importante, a pituitária, que secreta certos tipos de hormônios. Esta é governada por Vênus e está associada ao cobre. Esse chakra tem duas pétalas e 96 radiações, e quando esse chakra gira intensamente adquire-se a clarividência.
Ele pode girar de duas maneiras, se girar da esquerda para a direita, você terá a Clarividência Positiva, ou seja, você vê quando quer ver, mas quando o chakra gira ao contrário, ou seja, da direita para a esquerda, então você vê contra a sua vontade e se converte, normalmente, nos médiuns espíritas. Um médium vidente não é dono das suas faculdades, de forma que é melhor sermos donos das nossas faculdades. Temos de fazer esse chakra girar da esquerda para a direita, positivamente.
Para que formemos uma ideia melhor, esse chakra deve girar na mesma direção dos ponteiros de um relógio. Assim, quando o vemos pela frente, se o olharmos de frente, veremos como giram os ponteiros, assim também devem girar os chakras, da esquerda para a direita.
É fácil desenvolvê-lo. Coloca-se um copo com água sobre uma mesa, no fundo dele coloca-se um espelho e coloca-se algumas gotas de Mercúrio – sabemos o valor do Mercúrio na Ciência oculta. Depois sentado comodamente a uma certa distância concentra-se de forma que o seu ponto de visão concentrada atravesse o cristal e se fixa no meio do copo, no meio da água. Tem um mantra a ser pronunciado nessa ocasião, é “IS-IS”, o mantra dos Mistérios Isíacos, e se pronuncia assim:
IIIIIIIISSSSSSS… IIIIIIISSSSSSS….
A consoante “S” é como um silvo doce e agradável. Imagina-se o chakra girando da esquerda para a direita, por dez minutos diários. Se alguém puder praticar esse exercício durante 30 minutos diários, o avanço será mais rápido.
O interessante desse exercício é se praticar durante três anos seguidos, sem deixar um dia de praticá-lo. Se puder praticar, seja de dia ou de noite, a hora que quiser, pode praticá-lo, se vai de viagem terá que praticá-lo onde chegar, no hotel, onde for, mas não deixar passar um só dia sem exercício.
Por uns 15 a 20 dias você já começa a ver na água as cores da Luz Astral. Por uns 4 meses, mais ou menos se passa um automóvel na rua, você vê uma faixa de luz, do carro. Depois de um certo tempo, um ano, mais ou menos, não será mais necessário você usar o copo com água, poderá ver diretamente na Luz Astral, basta querer ver e verá. Ai terá então a Consciência.
Quando se chega a esse grau, começa a ver a Aura das pessoas com uma naturalidade surpreendente. Ao chegar o dia em que você vê as auras das pessoas, tem que estar sempre usando esse órgão para que ele funcione cada vez mais, pois órgão que não se usa se atrofia. E como se usa? Tem que fechar os olhos e tratar de ver com o Chakra Frontal, romper as trevas para ver a Luz Astral as Auras das pessoas. No principio, o aprendiz de clarividência se intromete nas vidas alheias. É um mau costume a ser superado, ou seja, ver a Aura do fulano, do sicrano, para ver se está bem com fulano, ou para ver se a fulana está fazendo jogo sujo etc.
Isso é grave porque assim não se desenvolvem as faculdades, para que elas desenvolvam, é necessário aprender a respeitar aos demais, não se meter na vida privada de ninguém, ainda que a simples vista veja a Aura das pessoas, deve saber dissimular, ou seja, saber calar, ver as coisas e guardar silencio. Se assim proceder, se desenvolve harmoniosamente esse Ájña Chakra, o da clarividência.
Uma vez que seja capaz de ver a Luz Astral, que seja capaz de ver a aura das pessoas, será capaz de ver os Elementais das plantas.
No começo o trabalho é duro, é conveniente sempre começar com o copo de água, fechar os olhos, para romper as trevas e ver o mundo astral, e não esquecer de vocalizar o mantra ISIS e praticar a meditação, imaginando o que queira imaginar. Esse é o primeiro passo, a IMAGINAÇÃO.
O segundo passo é a INSPIRAÇÃO, a capacidade de sentir-se inspirado, passar além dos raciocínios, das palavras, para sentir as palpitações de todos os corações do Universo em si mesmo. Chegar a sentir-se irmão dos rios, das aves, das árvores; compreender que todo o Universo, foi criado pela Palavra. Se chegar a esse grau de inspiração, o conhecimento é maior e, finalmente, através desse caminho de Inspiração, aliado às orações e exaltações se consegue penetrar no Reino da INTUIÇÃO, que é o Reino do Espírito Puro. Aí poderemos falar com os Seres estritamente espirituais que vivem além da região dos Elohim, pois eles falam de uma certa forma que só através da Intuição somos capazes de entendê-los.
Muitos anos atrás, uns 45 anos mais ou menos, eu andava com a “capa caída”, como dizem, era um Bodhisatva caído. Porém, não havia perdido as minhas faculdades e no Mundo Astral me ocorreu de invocar nada mais, nada menos que o Anjo Baruck, que foi o Mestre de Jesus de Nazaré.
Eu era bem atrevido naquela época em que andava caído, então veio a mim o Anjo Baruck, do interior da Terra, do coração da Terra, abriu um “portal” e ele saiu com os seus discípulos, se aproximou de mim e disse-me: “Eu sou o Anjo Baruck, por que me chamastes”?
“Necessito conversar contigo”, respondi.
“Podeis falar.”
Nesse momento parecia que o Anjo Baruck era uma doce donzela, pois é sabido que todo ser Divino tem duas Almas, a Espiritual, que é feminina, e a Alma Humana que é masculina. Ele colocou a sua Alma Feminina, ou seja, a sua Walkíria, para falar comigo. Disse-lhe: “Necessito de uma chave para despertar a Consciência instantaneamente a qualquer ser humano”.
Aquele Anjo, ou aquela dama, ficou olhando para mim e me respondeu: “Não posso vosdar essa chave.”
“Bom então necessito de uma outra chave.”
“Qual é?”
“Necessito uma para que todo ser humano possa sair instantaneamente do corpo físico em astral, cada vez que queira.”
“Tampouco eu posso vosdar essa chave.”
Fiquei olhando aquela dama inefável, sentada num cômodo divã, com uma bela cinta na sua cabeça, eu como sou homem, do sexo masculino, aquela dama me pareceu graciosa, e me fui tornando cada vez mais simpático com ela. Bom no fim eu estava contemplando-a e cada vez me parecia mais elegante, e de pronto fui surpreendido por algo terrível que não esperava, ela se transformou num homem terrível que lança raios e centelhas, ai compreendi que estava “metendo os pés pelas mãos”, não me restou mais remédio do que pedir perdão… todo humilhado, me prostrei na terra mordendo o pó e pedindo perdão… “Perdoa-me, não voltarei a ter essas classes de pensamentos”.
O Venerável se envolveu no seu manto de púrpura e logo me abençoou com a bênção gnóstica, e me disse.
“Estás mal acompanhado” (se referia aos “eus” que carregava dentro de mim mesmo, houve um pouco de falta de respeito, mas enquanto o Amor persistir, tudo bem). Claro que o Amor tudo perdoa. Eu, inclinado, prosternado reconheci que meti os pés pelas mãos, me humilhei e ele me benzeu e se foi.
Fiquei olhando aquela criatura de perfeição, o seu corpo, as suas mãos, sua púrpura, etc., seus discípulos, os outros anjos, imediatamente abriu-se um portal e eles desceram ao coração da Terra e eu fiquei perplexo… Naquela época eu tinha a tendência de falar do “Raimundo e de todo mundo”, desde aquele momento em diante eu tratei de buscar a perfeição na palavra, comecei a me corrigir, a falar com mais cuidado, a não murmurar de ninguém, a amarrar a minha língua.
Resolvi mudar, mas mudar de verdade, pois compreendi que estava no lodo da terra e que realmente eu estava mal acompanhado, como ele me disse, multidões de “eus” perversos que carregava dentro do meu interior e é óbvio que me dediquei a dissolver esses “eus”.
Tive outra experiência anos atrás que foi extraordinária, num Santuário maravilhoso, fiz uma invocação, sabia exatamente que no centro daquele lugar tinha uma pedra triangular que sustentava uma coluna. Então chamei MINERVA, a Deusa da Sabedoria. De pronto aquela pedra triangular pareceu tomar vida e forma e no centro da pedra apareceu o rosto de Minerva e a sua resposta foi direta:
“Sou Minerva, o que quereis de mim”.
“A sabedoria”.
“Para que quereis a Sabedoria”?
“Para ajudar a humanidade”. Minerva guardou silêncio e desapareceu, ficando só a pedra triangular sustentando a coluna. Minerva me deu a resposta? O que vocês pensam? Que me havia dado ou não?
Claro que sim, lembrem que o silêncio é a eloquência da Sabedoria. Claro, na pedra estava a resposta. Nessa pedra triangular sustentando um coluna de pedra, a coluna viva, essa era a resposta.
Apedra triangular representa as Três Forças, o Santo Afirmar, o Santo Negar e o Santo Conciliar; Brahma, Vishnu e Shiva; a Força Positiva, a Negativa e a Neutra; o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A coluna representa o Rio original de onde essas três forças originaram-se, aquilo que Gurdjieff chamou de “Ativo Okidanock”, o Grande Alento, como dizia a M. Blavatsky, que é o Sagrado Sol Absoluto.
O Ativo Okidanock não pode criar por si mesmo o Universo, necessita se desdobrar em três forças primárias, para que elas façam a criação, mas o interessante de tudo isso é que o Sagrado Sol Absoluto quer cristalizar dentro de nós através das três forças primárias da Natureza e dos Cosmos. Se cooperarmos com o Sol Sagrado Absoluto, essas três forças cristalizar-se-ão dentro de nós, transformando-nos radicalmente.
O Espírito Santo, cristalizando-se em nós, nos faz um Gentil homem, inteligente e capaz. Ele fez um Saint Germain, um Cagliostro, um Hermes Trismegisto, um Gautama, um Quetzalcóatl, um Krishna etc.
Assim foi que a resposta da Minerva foi extraordinária, se não tivesse a Intuição não a poderia ter interpretado. De que maneira poderia entender a Voz do Silêncio? Se não tivesse a Intuição, a resposta teria passado por mim despercebida. Afortunadamente a Intuição me ajudou.
Assim é que essa fabulosa e preciosa faculdade tem que ser desenvolvida em nós. Mas comecemos pelo grau mais baixo, que é a Imaginação, prossigamos depois com a Inspiração, para podermos entrar depois no Reino da Intuição. O exercício que lhes dei para a Imaginação é simples, lhes dei também um mantra, lhes expliquei a meditação e como usar a Imaginação e desenvolvê-la.
Imaginação, Inspiração e Intuição, são os três caminhos obrigatórios para a Iniciação
É necessário começar a subir pelo primeiro degrau que é a Imaginação, mas tarde dar vez à Inspiração para finalmente chegar à Intuição. Não podemos ficar presos no intelecto, é o erro de muitos que fracassam nesses estudos, o intelecto jamais poderá levá-los à Iluminação.
Existem algumas práticas que só darei a vocês. Vou lhes dar um atrevida, para ver se vocês se tornam atrevidos também…
Coloque um espelho grande diante de vocês, ao lado direito acenda uma vela, de forma tal que a chama da vela não reflita no espelho; magnetize o espelho fortemente. Em seguida concentre-se no coração, pronunciando o mantra OM… HUM…, para abrir o chakra do coração. Peça à sua Mãe Divina que o faça.
Imagine-se, esse é um trabalho forte de imaginação, que no coração tem uma caverna profunda, em chamas onde existe muito fogo. Imagine que aí aparece a Mãe Divina na figura de uma Serpente. Peça a Ela que apareça, pronunciando os mantras OM… HUM… OM… HUM… OM… HUM…
Feche os olhos e em meditação profunda, ou seja, combine com um pouco de sono com a meditação, e assim entre dormindo e acordado, consegue ver a Serpente. Então ela já sendo vista, peça-lhe que no espelho nos mostre a imagem da nossa passada reencarnação. Feito isso, concentre-se no espelho, mirando fixamente, sem pestanejar, até que o espelho desapareça. Se conseguir que o espelho desapareça sem que pisque, então aparecerá outra figura no lugar da sua imagem, a figura da nossa pessoa em outra existência passada.
Esse é um exercício maravilhoso para conhecer a existência anterior. Com esse procedimento, podemos passar em revista todas as vidas anteriores. Para magnetizar o espelho precisa de concentração, basta estender a mão sobre o espelho e desejar que os nossos fluidos magnéticos o impregnem. É só querer que o espelho fica impregnado com o seu magnetismo.
Essa prática que lhes estou dando vem do Tibete. Na Amorc da Califórnia existe um exercício semelhante, sabemos que aqueles que recebem a “Primeira Iniciação” da Amorc, têm que por um par de velas defronte a um espelho e invocar o Guardião do Umbral etc.
Esse nosso exercício é diferente, poderá aparecer em semelhança com o exercício que a Amorc dá, mas o dela é um desvio da prática Tibetana. Eu estou ensinando a vocês como ensinam no Tibete, não se usam velas e não refletimos diretamente a vela diante do espelho, a chama fica do lado direito e ilumina-o e não reflete diretamente.
Agora precisa ter um pouco de valor interno, isso de ver que desaparece o espelho e aparece uma outra pessoa, se não tiver os nervos bem temperados, pode ter um colapso… A melhor hora para praticar isso seria à noite, lá pela meia-noite, que é um horário muito bom para os assuntos esotéricos ou espirituais.
Paz Inverencial!