Os mistérios egípcios – As sete eternidades e sendas da felicidade

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O espaço abstrato absoluto é a causa causarum de tudo o que é, foi e será. O espaço profundo e ditoso é certamente a incompreensível Seidade, a mística raíz inefável dos sete Cosmos, a origem misteriosa de tudo isso que conhecemos como espírito, matéria, universos, sóis, mundos etc. “Aquilo” não tem dimensão alguma e, em verdade, é o que é, o que sempre foi e o que sempre será, a vida que palpita intensamente em cada átomo e em cada sol.

Falemos agora sobre o grande oceano do espírito. Como defini-lo? Certamente ele é Brahma, a primeira diferenciação de “Aquilo”, diante de quem tremem os Deuses e os homens. ”Aquilo” é espírito? Em verdade digo a todos que não é. Isso é matéria? Certamente, digo a todos que não é. ”Aquilo” é a raiz do espírito e da matéria, mas não é nem um e nem outro. ”Aquilo” transcende as leis de número, medida e peso, lado por lado, quantidade, qualidade, frente, verso, em cima, em baixo etc.

“Aquilo” é isso que tem realidade além do pensamento, do verbo e da ação. “Aquilo” não é do tempo e está além do silêncio, do som e dos ouvidos para percebê-lo. ”Aquilo” é imutável em profunda abstração divinal. Luz que jamais foi criada por qualquer Deus ou por qualquer homem. “Isso” não tem nome. Brahma é espírito, porém ”Aquilo” não é espírito. O Absoluto, o Imanifestado, é luz incriada.

Onde estava a matéria-prima da Grande Obra? Evidentemente, ela repousava antes da aurora da criação no seio profundo do Espaço Abstrato Absoluto. A sabedoria antiga diz que Brahma, o Pai, o oceano do espírito universal da vida, ao chegar a Grande Noite (isso que os hindus chamam de Pralaya ou dissolução do universo), submerge no Espaço Abstrato Absluluto durante sete eternidades. As sete eternidades significam evos ou períodos de tempo totalmente definidos, claros e precisos.

Foi-nos que um Mahakalpa, grande idade, Dia Cósmico, tem certamente um total de 311.040.000.000.000 de anos. Obviamente, uma Noite Cósmica, Mahapralaya, equivale à mesma quantidade de tempo. O espaço está cheio de universos, enquanto alguns sistemas de mundos saem da noite profunda, outros chegam ao ocaso. Aqui berços, ali sepulcros. Antes de que amanhecesse este Grande Dia no qual vivemos, nos movemos e temos nosso Ser, o que existia?

O Rig Veda responde:

“Não existia algo, nem existia nada;
O resplandecente céu não existia’
Nem a imensa abóbada celeste se estendia no alto;
O que cobria tudo? O que o cobria?
O que o ocultava?
Era o abismo insondável das águas?
Não existia a morte, porém nada havia de imortal.
Não existiam limites entre dia e noite.
Só o UNO respirava inanimado e por si,
Pois nenhum outro que Elo’ jamais houve.
Reinavam as trevas e todo o princípio estava velado.
Obscuridade profunda; um oceano sem luz.
O Germe até então oculto no involucro faz brotar uma natureza do calor.
Quem conhece o segredo? Quem o revelou?
De onde surgiu esta multiforme criação?
Aquilo de onde toda esta imensa criação procedeu, por bem sua vontade criou. O mais elevado vidente, no mais alto céu o conhece, ou quem sabe tampouco Ele ainda o saiba.
Contemplando a Eternidade.
Antes que fossem lançados os cimento da terra, Tu eras.
E quando a chama subterrânea rompa sua prisão e devore a forma,
Ainda serás Tu, como eras antes.
Sem sofrer mudança alguma quando o tempo não exista.
Ó infinita inteligência divina.
Divina Eternidade.

As Sete Sendas da Felicidade

Dentro desse intrincado e confuso labirinto de teorias pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas, certamente muito se fala e se discute com relação aos sete Raios de Ação Cósmica. Máquinas humanas com línguas viperinas que dizem maravilhas! Gente que dorme sobre a face da terra! Bípedes tricerebrados ou tricentrados que não somente ignoram, como ainda ignoram que ignoram. Máquinas que passam, vão e vêm, falam, discutem se vos agrada, porém em verdade vos digo que nada sabem…

Experiência mística direta, isso é saber. Em verdade, a vivência esotérica, o êxtase, é só para homens de CONSCIÊNCIA DESPERTA. Querem deixar de ser máquinas? Em boa hora vos felicito, porém comecem a despertar.

Ah!… se as pessoas despertassem, se deixassem de ser máquinas.., que diferente seria a vida. Parece incrível, mas com 10% de consciência desperta, desapareceriam as guerras e reinaria a paz neste vale de lágrimas. Saibam soberanos e vassalos, próceres e mendigos, que vossas miseráveis existências são só um tecido de sonhos. No desconhecido pélago, o navio segue ao azar o ímpeto de uma ave. Onde vais? Nem sequer o navegante genovês sabe, pois dorme.

Dentro da trágica consciência que levamos em nós, há tristezas que reanimam e alegrias que empalidecem, há regozijos que choram e sofrimentos que cantam. O animal intelectual sempre mata o que mais adora. Consciência que dorme, quão diferente serias se despertasses. Conhecerias as sete sendas da felicidade e a luz de teu amor brilharia por todas as partes. As aves se regozijariam no mistério dos bosques, resplandeceria a luz do espírito e os elementais da natureza alegres a ti cantariam seus versos de ouro.

Uma noite qualquer, não importa qual, não importa o dia nem a hora, eu conversava com um Adepto da Irmandade Branca no universo paralelo da quinta dimensão. O diálogo, suave e delicioso, corria lentamente como um rio de ouro sob a selva espessa do sol. De repente, sob a folhagem sublime da árvore da vida o interpelei assim: “Você tem corpo físico? Você está consciente?” Obviamente, as respostas deixaram-me plenamente satisfeito. “Sim, estou desperto, tenho corpo físico, porém nestes momentos sinto que a minha consciência começa a adormecer gradualmente, lentamente, pouco a pouco, conforme o veículo denso me atrai para isso que chamam de estado de vigília.

O mais interessante foi aquele momento inefável em que o Adepto, flutuando extático no ambiente sideral, juntou beatificamente seus pes de tal forma que as plantas deles fizeram contrato entre si, então pareceu fortalecer-se e sua consciência recobrou a lucidez.

Imitei seu exemplo e o Adepto explicou-me a chave dizendo: “Com este segredo, tu podes resistir à atração magnética do corpo denso e assim permanecer fora dele todo o tempo que tu quiseres. Resulta ostensível, palpável e claro que só tais Adeptos, homens de verdade, conscientes e despertos, sabem o que são os sete caminhos.

Na noite cósmica, as sete sendas da felicidade não existem e somente o UNO respira inanimado e por si. Antes de que o coração do sistema solar começasse a palpitar intensamente, as causas da dor não existiam porque não havia quem as produzisse e fosse aprisionado por elas.

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