quinta-feira, março 28, 2024

Auto Sugestão ou o Mistério do Subconsciente

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    felipe
    Mestre

    Auto Sugestão ou o Mistério do Subconsciente

    Antes de passar à descrição de cada um dos exercícios do segundo grau, tentarei explicar o mistério do subconsciente a seu significado prático. Assim como a consciência normal, que possui sua morada na alma a age no corpo, ou melhor, na cabeça através do cérebro, o subconsciente também é uma característica da alma e encontra se no cerebelo, isto é, na parte posterior da cabeça. Considerando a sua utilização prática na magia, estudaremos principalmente a função psicológica do cerebelo, portanto, do sub¬consciente.
    Em toda pessoa consciente de seus cinco sentidos a esfera da consciência normal está intacta, isto quer dizer que a pessoa está em condições de fazer use contínuo das funções de sua consciência normal. Como constatado pelas nossas pesquisas, não existe uma única força no Universo, assim como no homem, que não apresente o seu oposto. É por isso que podemos considerar a subconsciência como o oposto da consciência normal. Aquilo que na consciência normal entendemos como pensamento, sentimento, vontade, memória, razão, compreensão, reflete se no nosso subconsciente como um efeito oposto. Do ponto de vis¬ta prático podemos encarar nosso subconsciente como nosso oponente. A força instintiva, ou o impulso a tudo aquilo que não queremos, como por exemplo, nossas paixões incontroláveis, nossos defeitos a fraquezas, nascem justamente dessa esfera da consciência. Na introspecção, a tarefa do aprendiz é decompor o trabalho dessa subconsciência de acordo com a chave dos elementos ou do magneto quadripolar. É uma tarefa gratificante, porque ele consegue uma segurança total através da própria re¬flexão ou meditação.
    A subconsciência é também a força impulsionadora de tudo aquilo que não queremos. Por isso devemos aprender a mudar esse aspecto, de certa forma hostil do nosso eu, para que ele não só cesse de nos prejudicar, mas pelo contrário, ajude nos a realizar nossos desejos. Para a sua realização no mundo material o sub¬consciente precisa de tempo a de espaço, dois princípios básicos necessários a todas as coisas que devem ser transferidas do mundo das origens à realidade concreta. Quando tiramos o tempo e o espaço do subconsciente, a polaridade oposta cessa de exercer a sua influência em nós, a podemos então realizar nossos desejos através desse subconsciente. É nesse seu desligamento súbito que reside a chave para o use prático da auto sugestão. Quando, por exemplo, sugerimos ao subconsciente que amanhã, ou num outro instante qualquer, não nos submeteremos mais a alguma de nossas paixões, como fumar ou beber (ingerir álcool), então o subconsciente terá tempo suficiente, até o prazo pré determinado, de colocar obstáculos diretos ou indiretos em nosso caminho. Na maioria dos casos, principalmente numa vontade fraca ou pouco desenvolvida, o subconsciente quase sempre consegue nos pegar de surpresa ou provocar um fracasso. Se ao contrário, na impregnação do sub¬consciente com um desejo nós lhe subtrairmos o conceito de tempo a espaço, o que passa a agir em nós é só a sua pane positiva; a consciência normal também entra na conexão e a impregnação do desejo apresenta o sucesso esperado. O conhecimento disso e a possibilidade da sua ocorrência são muito significativos, a de¬vem ser considerados por ocasião da auto sugestão.
    A fórmula escolhida para a auto sugestão deve ser obrigatoriamente mantida na forma presente a no imperativo. Portanto, não se deve dizer: “Eu pretendo parar de fumar, de beber”, mas sim, “Eu não fumo, eu não bebo”, ou então: “Não tenho vontade de fumar, ou de beber”, conforme aquilo que se pretende largar ou obter pela sugestão. A chave para a auto sugestão reside na forma presente ou imperativa. Isso deve ser observado sob todos os aspectos a em todos os momentos se quisermos conquistar o poder da influência sobre nós mesmos através do subconsciente, com a auto sugestão.
    O subconsciente trabalha com mais eficácia a intensidade à noite, quando a pessoa dorme. No estado de sono, o trabalho da consciência normal é suspenso, a predomina o trabalho do sub¬consciente. Por isso, o momento mais propício para a assimilação de uma fórmula de sugestão é aquele em que o corpo está sono¬lento na cama, pouco antes de adormecer, mas também logo de¬pois de despertar, quando nos encontramos ainda numa espécie de meio sono. Com isso não queremos dizer que não há outros mo¬mentos propícios à auto sugestão, mas os dois acima citados são os mais convenientes, pois neles o subconsciente torna se mais acessível. É por isso que o mago não deve nunca adormecer com pensamentos depressivos a preocupações que influenciem negativamente o seu subconsciente, pois este continua a trabalhar no mesmo curso de pensamento com o qual a pessoa adormece. Portanto, é bom observar: adormeça sempre com pensamentos positivos a harmônicos, de sucesso, saúde a paz.
    Antes de se decidir pela aplicação prática da auto sugestão, faça um pequeno colar de contas de madeira ou vidro, com cerca de 30 ou 40 contas (ver H. Jürgens, “Die Tesbihschnur”). Se tiver dificuldades em conseguir o colar de contas, então use um cordão simples no qual poderá fazer uns 30 ou 40 nós; assim o pequeno objeto auxiliar da auto sugestão estará pronto. Ele serve basicamente para que não se precise contar o número de repetições durante a formulação da auto sugestão, a assim desviar a atenção do exercício. Esse pequeno objeto auxiliar também serve para descobrirmos quantas perturbações surgiram durante os exercícios de concentração a meditação num determinado intervalo de tempo; para isso devemos passar de uma conta a outra ou de um nó a outro a cada interrupção.
    A aplicação prática da auto sugestão é muito simples. Depois de formular aquilo que deseja numa pequena frase, levando em conta a forma presente a imperativa, como por exemplo: “Eu me sinto melhor a cada dia que passa”, ou então: “Não tenho vontade de beber, ou de fumar”, ou: “Tenho saúde, estou satisfeito a feliz”, você poderá passar à prática em si. Um pouco antes de dormir, pegue o seu cordão de contas ou de nós a repita a fórmula escolhida a meia voz, bem baixinho ou só em pensamento, como achar melhor, ou como lhe for mais adequado no momento, e a cada repetição pule para a conta ou nó seguinte, até chegar ao final do cordão.
    Então você saberá exatamente que repetiu a fórmula quarenta vezes. O importante nesse caso é visualizar ou materializar plasticamente o seu desejo, isto é, imaginá-lo como se já estivesse concretizado. Se depois de percorrer pela segunda vez todos os nós ou as contas de seu cordão você ainda não estiver com sono, continue imaginando que seu desejo já se realizou, até adormecer com esse pensamento. Você precisa tentar levar o desejo para o sono. Se adormecer durante a repetição da fórmula, sem chegar ao final do cordão pela segunda vez, mesmo assim terá alcançado totalmente o seu objetivo.
    De manhã, quando ainda não despertamos completamente e ainda temos um pouco de tempo disponível, por termos acordado muito cedo, devemos pegar o cordão a repetir a experiência. Existem pessoas que se levantam várias vezes da cama durante a noite, para urinar ou por outros motivos; assim elas poderão repetir a experiência várias vezes a alcançarão os resultados com mais rapidez.
    Deveríamos ainda mencionar quais os desejos que podem ser realizados através da auto sugestão. Nesse caso vale uma regra geral: podemos realizar qualquer desejo referente ao espírito, à alma ou ao corpo, por exemplo, o aperfeiçoamento do caráter, o combate às características negativas, às fraquezas, às desarmonias, pedir a obtenção da saúde, o afastamento ou a atração de situações diversas, o desenvolvimento de habilidades. De qualquer forma, não há a possibilidade da realização de desejos que não tenham nada a ver com a personalidade, como por exemplo, ganhar prêmios na loteria, etc.
    Só devemos escolher outra fórmula quando estivermos plena¬mente satisfeitos com o sucesso da primeira. Quem se dedicar sistematicamente aos exercícios poderá rapidamente convencer se da influência favorável da auto sugestão a praticar esse método ao longo de toda a sua vida

    Palavras do livro “Iniciação ao hermetismo- F.Bardon”

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