terça-feira, abril 30, 2024

Reflexões de um Discipulo de HP Blavatsky

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    Peter Stearns
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    Achei super interessantes as reflexões desse discipulo – Chela de Mestra Helena P Blavatsky => O nome dele é Damodar K. Mavalankar
    (Dizem alguns membros da Sociedade Teosofica que ele foi convidado por mestres da Fraternidade Branca para viver em um dos seus Templos, e ele simplesmente sumiu da vista de todo mundo). Interessante (((espero q nao seja muito grande pra voces rs))

    A Contemplação.


    Parece haver uma falta de compreensão generalizada sobre o significado deste termo. A idéia popular é que se trata de ficar imóvel, confinado durante meia hora, ou no máximo duas horas, em uma sala determinada; e olhar fixamente para o próprio nariz, para um ponto na parede, ou talvez para um cristal. Se supõe que esta seja a verdadeira forma de contemplação usada em Raja Ioga.

    Essa visão não leva em conta que, para o verdadeiro ocultismo, os desenvolvimentos “físico, mental, moral e espiritual” devem ocorrer em linhas paralelas. Se a concepção estrita de contemplação se aplicasse a todas estas linhas de desenvolvimento, não haveria uma necessidade tão urgente de que este artigo fosse escrito. O presente texto é dirigido especialmente para beneficio daqueles que não parecem ter compreendido o real significado de Dhyan, e que devido às suas práticas equivocadas atraíram e ainda atraem dor e sofrimento para si mesmos.

    Em Bareilly [cidade do Norte da Índia, NT ], o autor destas linhas encontrou um certo teosofista de Farrukhabad, que narrou suas experiências e derramou lágrimas amargas de arrependimento pelasloucuras que fez, segundo a expressão usada por ele. A partir desse relato, parece que cidadão, tendo lido o “Bhagavad Gita” cerca de 15 ou 20 anos atrás, e mesmo sem compreender o significado esotérico da contemplação abordada naquela obra, dedicou-se à prática e perseverou nela vários anos. No início experimentou uma espécie de prazer, mas sentiu ao mesmo tempo que estava perdendo auto-controle; até que alguns anos mais tarde ele descobriu, com grande assombro e sofrimento, que não era mais senhor de si mesmo. Sentia que seu coração estava ficando pesado, como se uma carga tivesse sido colocada sobre ele. Não tinha controle sobre suas sensações; na verdade, a comunicação entre o cérebro e o coração estava como interrompida. Como a situação piorava cada vez mais, ele abandonou amagurado a sua “contemplação”. Isso aconteceu sete anos atrás; e embora desde então ele não tenha se sentido pior, nunca recuperou o estado saudável original em termos de corpo e mente.

    Outro caso ocorreu em Jubbulpore. Um cidadão, depois de ler Patañjali e outras obras semelhantes, começou a sentar-se para praticar “contemplação”. Pouco tempo depois, começou a ter visões anormais e a ouvir sinos musicais, mas não podia exercer controle algum sobre estes fenômenos, nem sobre suas próprias sensações. Ele não podia produzir tais efeitos por vontade própria, nem conseguia pará-los quando estavam ocorrendo. Exemplos como estes são inúmeros. Enquanto escreve estas linhas, o autor tem sobre sua mesa duas cartas sobre este assunto, uma de Morabad e a outra de Trichinopoly. Em resumo, todo esse problema é devido a uma compreensão equivocada do significado da contemplação tal como é recomendada por todas as escolas de Filosofia Oculta. Com o objetivo de permitir um vislumbre da Realidade através do denso véu que encobre os mistérios desta Ciência das Ciências, foi escrito um artigo, “O Elixir da Vida” (“The Elixir of Life”) . Infelizmente, em muitos casos, a semente parece haver caído em solo árido. Alguns dos leitores do artigo só deram atenção a esta frase no texto:

    “Deve ser praticado e encorajado o raciocínio que vai do conhecido para o desconhecido – a meditação.”

    Mas, lamentavelmente, as concepções prévias deles impediram que compreendessem o que se queria dizer com “meditação”. Eles esqueceram de que, como mostra a frase seguinte, meditação “é a inexprimível ânsia do homem interior por ‘sair em direção ao Infinito’, o que nos tempos antigos constituía o real significado da adoração”. Uma boa quantidade de esclarecimento será obtida, nesse assunto, se o leitor examinar o trecho anterior do mesmo texto, e ler atentamente os seguintes parágrafos na página 141 de “The Theosophist” de Março de 1883 (Vol. III, número 6):

    “Assim, então, chegamos ao ponto em que decidimos romper – literal e não figuradamente – a casca externa conhecida como espiral mortal, ou corpo, e sair dela vestidos com a nossa casca seguinte. Essa ‘casca seguinte’ não é uma forma espiritual, mas apenas uma forma mais etérea. Tendo alcançado uma adaptação para viver nesta atmosfera através de longos treinamento e preparação, durante os quais gradualmente fizemos com que a casca externa morresse através de um certo processo . . . temos de nos preparar para esta transformação fisiológica.”

    “Como vamos fazer isto? Em primeiro lugar, nós temos que lidar com o corpo real, visível, material – o SER HUMANO, embora na verdade essa seja apenas a sua casca externa. Devemos lembrar que, segundo a ciência, a cada sete anos, mais ou menos , nós trocamos de pele tão literalmente como uma serpente; e isto de maneira tão gradual e imperceptível que, se a ciência não nos afirmasse isso depois de anos de estudo e observação incessantes, ninguém teria a menor idéia a respeito. . . . portanto, se um homem que perde parte da sua pele pode às vezes sobreviver e ser coberto por uma nova pele, – assim também o nosso corpo astral, nosso corpo vital . . . . pode ser levado a endurecer as suas partículas diante das mudanças atmosféricas. O segredo para isso está em conseguir fazer com que ele saia, separando-o do corpo visível; e, enquanto os seus átomos geralmente invisíveis passam a concretizar-se em uma massa compacta, deve-se gradualmente deixar de lado as velhas partículas do nosso corpo visível de modo a fazer com que morram e desapareçam antes que o novo conjunto tenha tido tempo de surgir e substituí-las . . . . Não podemos dizer mais a respeito.”

    Uma compreensão correta do processo científico mencionado acima dará pistas para o significado esotérico da meditação ou contemplação. A ciência ensina que cada homem troca continuamente seu corpo físico, e esta mudança é tão gradual que é quase imperceptível. Por que deveria ser diferente com o homem interno? Este último também está constantemente desenvolvendo-se e trocando átomos a cada momento. E a atração destes novos conjuntos de átomos depende da Lei de Afinidade: os desejos do homem atraem à sua moradia corporal apenas as partículas que estejam em relação com eles ou mais precisamente que estejam dando a eles sua própria tendência e colorido.

    “Porque a ciência mostra que o pensamento é dinâmico, e que a força do pensamento liberada pela ação dos nervos que se expande para o exterior deve afetar as relações moleculares do homem físico. O homem interno, por mais sublimado que possa ser o seu organismo, ainda está composto por partículas reais, não hipotéticas, e ainda está sujeito à lei segundo a qual uma ‘ação’ tende a repetir-se; há uma tendência a estabelecer uma ação análoga na ‘casca’ mais grosseira em cujo interior as partículas se ocultam e com a qual têm contato. (‘O Elixir da Vida’ ).”

    O que é que o aspirante à Yog Vidya [Sabedoria da Ioga] busca, exceto obter Mukti, transferindo-se gradualmente do corpo grosseiro para o próximo corpo mais etéreo, até que todos os véus de Maya sejam eficientemente removidos e seu Atma se torne um com Paramatma? Será que ele supõe que este grande resultado pode ser alcançado por uma contemplação de duas ou quatro horas? Durante as vinte ou vinte e duas horas restantes, em que o devoto não se fecha em seu quarto para meditar – estarão interrompidos o processo de emissão de átomos e a substituição deles por outros? Caso não estejam interrompidos, então como ele pretende atrair, durante todo o tempo, apenas os que são adequados para o seu objetivo? A partir das considerações feitas acima, é evidente que, assim como o corpo físico requer uma atenção incessante para prevenir a entrada de uma doença, do mesmo modo ohomem interno requer uma constante vigilância, de modo que nenhum pensamento consciente ou inconsciente possa atrair átomos inadequados para o seu progresso. Esse é o real significado da contemplação. O fator primordial na orientação do pensamento é a VONTADE.

    “Sem isso, todo o resto é inútil. E, para que tenha eficácia, é preciso que não seja meramente uma decisão passageira e momentânea, um simples desejo intenso de curta duração, mas um esforço estabelecido e contínuo, e tanto quanto possível concentrado e continuado sem um só momento de interrupção (relaxamento).”

    O estudante fará bem em reparar na parte colocada em itálico na citação acima. E ele também deve manter registrado de modo indelével em sua mente que –

    “É inútil fazer jejum enquanto se necessita comida . . . . O essencial é deixar de lado o desejo interno, e fazer uma imitação da coisa real é pura hipocrisia e uma escravidão inútil.”

    Se não compreender a importância deste fato extremamente significativo, qualquer um que em determinado momento encontra motivo para discordar de algum membro da sua família ou que vê a sua vaidade ferida, que tem algum impulso sentimental ou que sente um desejo egoísta de usar sua força divina para propósitos grosseiros – imediatamente se apressa a praticar contemplação, e se lança desastrosamente sobre a dura rocha que divide o conhecido do desconhecido. Chafurdando no lodo do exoterismo, ele não sabe o que é viver no mundo e não ser do mundo. Em outras palavras, defender oeu contra o eu é um axioma incompreensível para quase todos os profanos. Pelo menos os hindus deveriam ser capazes de compreender isto, ao lembrar da vida de Janaka, que, embora fosse um monarca exercendo o poder, era considerado raja-iogue e se dizia dele que havia alcançado o Nirvana. Ouvindo falar sobre sua vasta fama, alguns fanáticos sectários foram à sua Corte para testar os seus poderes de Ioga. O rei leu seus pensamentos – um poder que todo chela desenvolve em certo estágio – e assim que eles chegaram ao salão da corte, deu instruções secretas para que em uma certa rua da cidade fossem colocadas garotas dançando e cantando as canções mais sensuais. Ele mandou que alguns gharas (potes) fossem enchidos com água até o limite, de modo que a menor oscilação derramasse o seu conteúdo. Os indivíduos pretensiosos receberam então ordens de caminhar pela rua tendo um ghara (pote) cheio sobre a cabeça, rodeados de soldados com espadas desembainhadas que seriam usadas contra eles se uma só gota de água se derramasse.

    Quando os pobres coitados voltaram ao palácio depois de passar exitosamente pelo teste, o Rei-Adepto perguntou a eles o que haviam visto na rua que tiveram que percorrer. Com grande indignação, eles responderam que a ameaça de serem cortados em pedaços havia tido tamanho impacto sobre suas mentes que não pensaram em coisa alguma exceto na água sobre suas cabeças; e a intensidade da sua atenção não havia permitido que tomassem conhecimento do que estava acontecendo ao redor deles. Então Janaka explicou-lhes: com base no mesmo princípio, eles poderiam entender que, embora externamente engajado na administração dos assuntos de estado do seu reino, ele podia ao mesmo tempo ser um Ocultista. Também ele, embora estivesse no mundo, não era do mundo. Em outras palavras, suas aspirações internas haviam-no levado continuamente para a frente, em direção àquela meta na qual todo o seu ser interior estava concentrado.

    A Raja Ioga não encoraja qualquer fingimento, e não requer posturas físicas de espécie alguma. A Raja Ioga diz respeito ao homem interno, cuja esfera está no mundo do pensamento. Manter diante de si o mais elevado ideal e esforçar-se incessantemente para erguer-se até ele – essa é a única verdadeira concentração reconhecida pela Filosofia Esotérica, que lida com o mundo interno dos númenos, e não com a casca externa dos fenômenos.

    A primeira exigência da filosofia esotérica é uma completa pureza de coração. O estudante de Ocultismo bem poderia dizer, como Zoroastro, que a pureza de pensamento, a pureza de palavras e a pureza de ações são os fatores essenciais para alguém que pretenda erguer-se acima do nível comum e unir-se aos “deuses”. O caminho que deve ser percorrido para alcançar essa meta é o cultivo do sentimento de filantropia inegoísta. Só isso pode levar ao Amor Universal, cuja compreensão constitui o progresso em direção à libertação dos grilhões construídos por Maya em torno do Eu Superior. Nenhum estudante pode alcançar isso de repente, mas, como o nosso VENERÁVEL MAHATMA afirma no livro “O Mundo Oculto”:

    “Quanto maior o progresso em direção à libertação, menos ocorrerá isso, até que, na culminação de tudo, os sentimentos humanos e puramente individuais, os laços de sangue e amizade, o patriotismo e as predileções raciais irão todos ceder e transformar-se em um sentimento universal, o único Amor verdadeiro e sagrado, o único Amor inegoísta e eterno, um Amor Imenso pela Humanidade como um todo.”

    Em resumo, o indivíduo se une com o TODO.

    Naturalmente, a contemplação tal como entendida usualmente não é destituída de algumas pequenas vantagens. Ela desenvolve uma série de aptidões físicas, assim como a ginástica faz em relação aos músculos. Para o propósito de mesmerismo físico, é bastante eficaz; mas não serve para ajudar de modo algum o desenvolvimento de aptidões psicológicas, como o leitor atento pode perceber. Ao mesmo tempo, mesmo para propósitos comuns, todo cuidado é pouco. Alguns supõem que o praticante tem que estar completamente passivo e perder-se no objeto que está diante dele, mas eles deveriam lembrar que, ao praticar deste modo a passividade, eles estão na realidade permitindo o surgimento de funções mediúnicas em si mesmos. Como temos afirmado repetidamente – o Adepto e o Médium são os dois Pólos. Enquanto o primeiro é intensamente ativo e, assim, capaz de controlar as forças elementais, o segundo é intensamente passivo, e assim corre o risco de tornar-se vítima do capricho e da malícia de germes enganadores de futuros seres humanos – e também de Elementários [NT: Elementários são restos astrais de uma pessoa egoísta que já morreu].

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